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Trump suspende construção de muro polêmico na Irlanda

O projeto do magnata na cidade de Doonbeg previa a construção de um muro de 2,8 quilômetros de extensão diante de seu complexo turístico

Trump: entre os argumentos apresentados para obter as permissões de construção do muro, a equipe de Trump afirmou que o complexo necessitava se proteger dos efeitos do aquecimento global (Carlo Allegri / Reuters)

Trump: entre os argumentos apresentados para obter as permissões de construção do muro, a equipe de Trump afirmou que o complexo necessitava se proteger dos efeitos do aquecimento global (Carlo Allegri / Reuters)

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EFE

Publicado em 6 de dezembro de 2016 às 15h48.

Dublin - O presidente eleito americano, Donald Trump, suspendeu o projeto de construção de uma controverso muro diante do luxuoso campo de golfe e complexo turístico que possui no condado irlandês de Clare, no litoral oeste da ilha, anunciaram nesta terça-feira fontes oficiais.

O futuro inquilino da Casa Branca tinha pedido as permissões de construção às autoridades irlandesas para construir uma grande parede de pedra diante do complexo turístico "Trump International Golf Links and Hotel Ireland", a fim de protegê-lo dos fenômenos meteorológicos procedentes do Oceano Atlântico.

O projeto do magnata na cidade de Doonbeg previa a construção de um muro de 2,8 quilômetros de extensão, quatro de altura e 200 mil toneladas de peso sobre um espaço de praia e dunas parcialmente erosionadas pelo forte vento e as marés nos últimos anos.

No entanto, um porta-voz do Conselho do Condado de Clare informou hoje que a solicitação de Trump para modificar a paisagem desta zona litorânea, conhecida como Doughmore, foi arquivada na segunda-feira.

"O Conselho do Condado de Clare tinha pedido informações adicionais no final de junho. Tinham até o final do mês passado para contestar", explicou hoje a fonte.

Aparentemente, entre os argumentos apresentados para obter as permissões de construção do muro, a equipe de Trump afirmou que o complexo necessitava se proteger dos efeitos do aquecimento global e do aumento do nível do mar, apesar de o presidente eleito declarar no passado seu ceticismo sobre este fenômeno.

A construção deste muro deu de cara desde o princípio com a oposição de residentes locais e grupos ambientalistas que defendem, por exemplo, a sobrevivência do "Vertigo Angustior", um molusco terrestre que habita neste ecossistema desde antes da última Era de Gelo.

Além disso, associações de esportes aquáticos e surfistas tinham apresentado perante as autoridades objeções a este projeto, pois sustentam que a parede alteraria a dinâmica das ondas, o que poderia pôr em perigo os usuários desta praia com a maré alta.

Segundo as autoridades, entre os mais de 100 escritos remetidos aos responsáveis de planejamento com relação a esta questão, quase um terço se opõem à construção do muro de Trump, um projeto avaliado em 10 milhões de euros.

O multimilionário americano comprou por 15 milhões de euros em 2014 o então chamado "Campo de golf de Doonbeg" e se comprometeu a investir até 45 milhões de euros a mais para transformá-lo em um luxuoso complexo turístico, que inclui agora um hotel, restaurantes e spa.

O grupo ecologista "Salvem as Ondas" afirmou que a retirada do projeto de Trump representa um "marco" para a luta meio ambiental e demonstra "o poder que a comunidade internacional tem para proteger nosso litoral".

Os "Amigos do meio Ambiente da Irlanda" também celebraram a derrota de Trump ao lembrar que o "plano original" pararia o desenvolvimento do "sistema de dunas e destruído a praia", o que teria suposto a perda "de uma das melhores zonas recreativas do litoral oeste irlandês".

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