Agência de notícias
Publicado em 25 de agosto de 2025 às 21h09.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sugeriu nesta segunda-feira que talvez os americanos gostassem de ter um ditador — mas insistiu que ele não é um —, após assinar ordens que endurecem a repressão federal em Washington e permitem processar quem queimar a bandeira do país.
Em um evento de mais de uma hora no Salão Oval, Trump reclamou que nem a mídia nem seus críticos lhe reconhecem mérito suficiente por sua ofensiva contra o crime e a imigração, agora apoiada pela Guarda Nacional.
— Eles dizem: 'Não precisamos dele. Liberdade, liberdade. É um ditador. É um ditador'. [Mas] muita gente diz: 'Talvez gostemos de um ditador' — disse Trump, referindo-se aos críticos de seu envio da Guarda Nacional para Washington, além dos que reagem às suas ameaças de enviar as tropas também para Chicago.
Também nesta segunda, depois de elogiar o ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, o republicano assegurou que não é e nem gosta de ditadores. Além disso, Trump mencionou repetidamente ter boas relações com Kim, afirmando que a Coreia do Norte tinha "grande potencial".
— Sou um homem de muito bom senso e sou uma pessoa inteligente. Eu não gosto de um ditador. Eu não sou um ditador — afirmou o presidente.
O Pentágono vem planejando há semanas um deslocamento militar para Chicago, como parte do que o presidente Donald Trump diz ser uma ação para reprimir o crime e a imigração ilegal em centros urbanos. Autoridades familiarizadas com o plano, ouvidas pelo Washington Post, afirmaram reservadamente que a mobilização é pensada pelo governo como teste e modelo a ser expandido para outras grandes cidades dos Estados Unidos.
O planejamento, ainda não divulgado oficialmente, inclui entre as opções o envio de milhares de membros da Guarda Nacional, formada por membros da reserva das forças armadas, para a terceira cidade mais populosa do país em setembro. Ainda de acordo com o Washington Post, também foi discutido o uso de soldados da ativa, embora essa hipótese seja considerada menos provável no momento.
A iniciativa ecoa a operação em Los Angeles, em junho, quando Trump ordenou a mobilização de 4 mil membros da Guarda Nacional da Califórnia e 700 fuzileiros navais da ativa para garantir a segurança na região central da segunda maior cidade do país, atrás em população apenas de Nova York, apesar da oposição de líderes estaduais e locais. Autoridades do governo federal defenderam a medida como forma de “restaurar a lei e a ordem”.
Na última sexta-feira, Trump reforçou a intenção de intervir em Chicago, após elogiar a atuação da Guarda Nacional em Washington, onde mais de 2.200 soldados foram enviados para conter a criminalidade a partir da segunda semana deste mês.