O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sugeriu neste domingo, 19, que seu governo poderá comprar carne bovina da Argentina como uma estratégia para conter a inflação e reduzir os preços recordes dos alimentos no país.
"Poderíamos comprar um pouco de carne da Argentina. Se fizéssemos isso, os preços cairiam", afirmou o presidente a jornalistas a bordo do Air Force One, a caminho de Washington.
Trump acrescentou que, se a medida for adotada, também ajudará o governo argentino.
"Isso ajudaria a Argentina, um país que considero um muito bom aliado", declarou.
Crise de abastecimento e recordes nos preços da carne
Os preços da carne bovina nos Estados Unidos atingiram níveis históricos em 2025, impulsionados pela redução dos rebanhos provocada por secas severas no oeste do país e pelo aumento nos custos de produção.
Na sexta-feira, 17, Trump já havia antecipado que seu governo trabalhava em um acordo internacional para reduzir os preços domésticos, sem detalhar quais países estariam envolvidos.
Economistas americanos estimam que, caso o plano de importação avance, o impacto nos preços poderia ser sentido “em poucas semanas”, embora produtores locais demonstrem preocupação com o efeito sobre o setor pecuário dos EUA.
Reaproximação com a Argentina de Javier Milei
As declarações de Trump ocorrem poucos dias após uma reunião com o presidente argentino, Javier Milei, realizada na Casa Branca na última terça-feira, 14. O encontro teve como pauta principal o auxílio financeiro de US$ 20 bilhões concedido pelos Estados Unidos à Argentina, por meio de uma linha de crédito voltada a fortalecer o peso argentino.
Trump reiterou seu apoio ao líder ultraliberal, mas condicionou o futuro do auxílio à continuidade do governo de Milei e do partido A Liberdade Avança.
“A Argentina não tem dinheiro, não tem nada, estão lutando muito para sobreviver. Se eu puder ajudá-los a sobreviver em um mundo livre... O presidente da Argentina está fazendo o melhor que pode, mas eles estão morrendo”, declarou Trump neste domingo.
O presidente americano reforçou que considera a cooperação econômica com Buenos Aires um passo estratégico tanto para conter a inflação doméstica quanto para estreitar laços políticos e comerciais com o novo governo argentino.