Donald Trump: 'A terra será a próxima' (Andrew Caballero-Reynolds/AFP)
Estagiária de jornalismo
Publicado em 23 de outubro de 2025 às 19h48.
Última atualização em 23 de outubro de 2025 às 20h23.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sugeriu nesta quinta-feira, 23, que ações terrestres serão o próximo passo das operações americanas contra o narcotráfico na América Latina.
Em entrevista coletiva na Casa Branca, Trump disse que enviar o secretário de Guerra, Pete Hegseth, para pedir autorização do Congresso para as ações é uma "boa ideia".
"Agora elas [as drogas] estão chegando por terra. E até mesmo a terra está preocupada, porque eu disse a eles que a terra será a próxima. A terra será a próxima", disse o presidente. "As drogas marítimas estão quase mortas e não podem entrar tão rapidamente pela terra. E as drogas terrestres são muito mais perigosas para eles. Vai ser muito mais perigoso. Você verá isso em breve."
Trump afirmou que as drogas que chegam pelo mar aos Estados Unidos são hoje cerca de 5% do que eram há um ano. Ataques norte-americanos no Caribe e no Pacífico já provocaram pelo menos 37 mortes.
Os Estados Unidos realizaram um ataque a uma embarcação em águas internacionais no Pacífico, ao largo da costa da América do Sul, nesta quarta-feira, 22. Ação ocorre semanas após operações no mar do Caribe.
O ataque resultou na morte das duas pessoas que estavam a bordo, segundo um comunicado de Pete Hegseth, secretário de Defesa, em uma publicação no X.
A notícia foi inicialmente divulgada pela emissora americana CBS, com base em informações de fontes do governo dos EUA, e foi posteriormente confirmada pelas autoridades americanas.
"Havia dois narcoterroristas a bordo da embarcação no momento do ataque, que foi realizado em águas internacionais. Ambos os terroristas foram mortos e nenhuma força dos EUA sofreu ferimentos nesse ataque", declarou Hegseth na postagem.
Este é o primeiro ataque registrado dos Estados Unidos em águas do Pacífico, o que indica que a operação ocorreu provavelmente perto da costa da Colômbia, e não da Venezuela, que é banhada exclusivamente pelo Atlântico. Se isso for confirmado, o incidente representaria uma escalada nas tensões com o governo colombiano de Gustavo Petro.
O presidente colombiano tem sido um dos principais críticos da atuação dos EUA na região. Em uma declaração feita nesta segunda-feira, 20, ele sugeriu que a solução para a crise seria "remover" Donald Trump do poder, o que gerou críticas tanto internamente, quanto por parte de deputados americanos em Washington.
Em resposta, Trump acusou o governo colombiano de ser cúmplice no comércio ilegal de drogas, chamando Petro de "líder ilegal de drogas" no domingo, 19. O republicano também ameaçou cortar o financiamento e subsídios destinados a Bogotá, além de aumentar tarifas sobre o país.
Após essas acusações, Petro reagiu chamando Trump de "grosseiro e ignorante", além de retirar seu embaixador dos Estados Unidos, uma ação diplomática que demonstra descontentamento.
O governo dos EUA começou a bombardear embarcações no mar do Caribe semanas atrás, matando pelo menos 30 pessoas. As autoridades americanas afirmam que essas embarcações transportam drogas para o território dos EUA, mas até o momento não apresentaram provas concretas.