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Trump sofre derrota em eleições consideradas termômetro para 2020

Candidatos republicanos foram derrotados nas eleições regionais, apesar da participação de Trump nas campanhas

Eleições: eleições regionais americanas são termômetro para as eleições de 2020 (Leah Millis/Reuters)

Eleições: eleições regionais americanas são termômetro para as eleições de 2020 (Leah Millis/Reuters)

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AFP

Publicado em 6 de novembro de 2019 às 09h32.

Candidatos republicanos sofreram derrotas embaraçosas para o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que se envolveu nas campanhas eleitorais de dois estados, um ano antes do pleito em que tentará a reeleição.

Em um país muito dividido, estas eleições regionais eram muito aguardadas e consideradas um teste sobre a popularidade de Trump, o quarto presidente da história americana ameaçado por um processo de impeachment.

Ironizando o alvoroço dos meios de comunicação, o presidente fez um apelo na segunda-feira a seus eleitores para que comparecessem às urnas em Kentucky com palavras quase premonitórias.

"Se perdermos, isto enviaria uma mensagem muito ruim (...) Não podem deixar que isto aconteça comigo", afirmou a 20.000 seguidores no estado conservador.

Um dia depois, o candidato democrata conseguiu a vitória e superou o atual governo republicano.

A diferença de votos é pequena e o republicano Matt Bevin não admitiu a derrota, apesar das declarações das autoridades eleitorais.

A vitória do democrata Andy Beshear em Kentucky, estado em que Trump superou a rival democrata Hillary Clinton por 30 pontos em 2016, envia uma forte mensagem.

O presidente reagiu no Twitter e escreveu que Bevin "ganhou pelo menos 15 pontos nos últimos dias. Mas pode não ser suficiente (e a mídia falsa vai culpar Trump)".

O democrata foi impulsionado por uma grande mobilização nas áreas mais ricas das grandes cidades, uma dinâmica que pode ser crucial para as eleições presidenciais de novembro de 2020.

Os democratas também retomaram o controle - pela primeira vez em 25 anos - das duas câmaras da Assembleia da Virginia, de acordo com projeções da imprensa.

Com um governador do partido, agora os democratas dominam os principais níveis de poder no estado após uma campanha marcada pelo debate sobre as armas de fogo.

"Esta vitória histórica deve provocar um frio na espinha de Donald Trump e todos os republicanos", declarou o presidente do Partido Democrata, Tom Perez.

"Como vencemos esta noite, venceremos Trump em um ano", completou.

No Mississippi, o candidato republicano Tate Reeves estava em boa posição para a reeleição como governador, superando o democrata centrista Jim Hood, anti-aborto e favorável às armas de fogo.

Trump mantém assim o apoio neste estado conservador, onde venceu com uma vantagem de 18 pontos em 2016.

Mas a dinâmica era diferente na Virginia, estado vizinho de Washington e que Trump perdeu por cinco pontos na eleição presidencial.

O balanço é considerado inquietante para o presidente.

"Eu espero que todos na Virginia votem para enviar uma mensagem a Washington", tuitou Trump, que considerava esta eleição um símbolo da defensa do direito de portar armas, da redução de impostos e da luta contra a imigração ilegal.

Trump, no entanto, não fez campanha na Virginia, e sim no Mississippi e Kentucky, onde buscou fortalecer sua entusiasmada base eleitoral com pedidos para "enviar uma mensagem aos democratas radicais" e afirmando que a investigação parlamentar sobre um possível julgamento político contra ele "irritou" a maioria da população.

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