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Trump revelou informação secreta a chanceler russo, diz jornal

Informações compartilhadas por Trump teriam sido fornecidas por um parceiro através de acordo de compartilhamento de inteligência altamente sensível

Trump: o caso potencialmente arrisca uma fonte de inteligência sobre o Estado Islâmico (Kevin Lamarque/Reuters)

Trump: o caso potencialmente arrisca uma fonte de inteligência sobre o Estado Islâmico (Kevin Lamarque/Reuters)

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EFE

Publicado em 15 de maio de 2017 às 18h58.

Última atualização em 15 de maio de 2017 às 19h56.

Washington - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, revelou informações secretas ao ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, e ao embaixador do país em Washington quando os recebeu na última semana na Casa Branca, informou nesta segunda-feira o jornal "The Washington Post".

Trump saiu do roteiro estabelecido para a reunião com o chanceler russo e o embaixador do Kremlin em Washington, Sergei Kislyak, na última quarta-feira e discutiu informações altamente secretas sobre planos terroristas do Estado Islâmico (EI).

Os detalhes dessas informações são tão secretos que nem aliados dos EUA receberam esses dados, segundo afirmaram funcionários do atual governo e do anterior consultados pelo "Post".

As informações estariam relacionadas com a possibilidade de que laptops possam ser utilizados em voos para realizar algum tipo de ataque terrorista.

Os EUA já proibiram que esses equipamentos sejam levados na bagagem de mão em voos que chegam ao país procedentes do Oriente Médio.

Segundo o "Post", Trump discutiu com os russos as capacidades de espionagem de um aliado muito importante que obteve as informações sobre os planos do EI.

Além disso, o republicano revelou onde esse agente teria conseguido a informação secreta.

A Casa Branca informou imediatamente a Agência Central de Inteligência (CIA) e a Agência de Segurança Nacional (NSA) para reduzir o impacto das revelações.

Trump não citou os métodos de espionagem utilizados, mas isso poderia afetar a capacidade dos EUA e dos aliados de detectar novas ameaças.

O país aliado que repassou as informações sobre o Estado Islâmico não autorizou que esses segredos fossem compartilhados com a Rússia. Por isso, a cooperação pode ser afetada pela ação de Trump.

Além disso, fontes de inteligência consultadas pelo "Post" temem que a Rússia possa identificar as técnicas de espionagem utilizadas nesse território controlado pelo Estado Islâmico.

O presidente dos EUA tem proteção legal para compartilhar e repassar informações secretas, e o fato de Trump ter revelado aos russos o segredo não representa uma ilegalidade.

A reunião de Trump com os diplomatas russos foi vista como inoportuna por ter ocorrido no dia seguinte à demissão do diretor do FBI, James Comey, que liderava a investigação sobre a possível interferência do Kremlin nas eleições presidenciais dos EUA em coordenação com a campanha do republicano.

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