Mundo

Trump reitera que quer tornar públicos os arquivos sobre Kennedy

Cerca de 3.100 documentos eram mantidos sob sigilo sobre o assassinato de John F. Kennedy em 22 de novembro de 1963, em Dallas, no Texas

Kennedy: o presidente foi assassinado em 22 de novembro de 1963, em Dallas (Keystone/Getty Images/Getty Images)

Kennedy: o presidente foi assassinado em 22 de novembro de 1963, em Dallas (Keystone/Getty Images/Getty Images)

E

EFE

Publicado em 27 de outubro de 2017 às 17h37.

Washington - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reiterou nesta sexta-feira que seu desejo é tornar públicos todos os documentos sobre o assassinato de John F. Kennedy (JFK), um dia depois que a Agência Central de Inteligência (CIA, na sigla em inglês) e a polícia federal investigativa (FBI) pressionaram-lhe para manter alguns deles sob sigilo.

"Os arquivos de John F. Kennedy estão sendo publicados com cuidado. Em última instância, haverá muita transparência. É o meu desejo tornar tudo público!", escreveu Trump no Twitter.

O presidente americano autorizou ontem a publicação de 2.891 documentos dos cerca de 3.100 que eram mantidos sob sigilo sobre o assassinato de Kennedy em 22 de novembro de 1963, em Dallas (Texas), pelas mãos de Lee Harvey Oswald.

Trump garantiu que "o povo americano espera e merece o maior acesso possível" aos arquivos sobre esse acontecimento histórico, mas que "algumas das informações" nos Arquivos Nacionais "devem continuar classificadas" por enquanto, devido a preocupações de segurança nacional.

A maior parte dos 2.891 documentos divulgados nesta quinta-feira não traz muita luz sobre o assassinato de JFK, mas revela alguns detalhes sobre este período histórico.

Por exemplo, um documento de Richard Helms, o diretor da CIA na época, revela que o presidente Lyndon B. Johnson, que substituiu Kennedy na Casa Branca, acreditava que o assassinato era uma represália pela participação dos EUA na morte do presidente vietnamita Ngo Dinh Diem ocorrido semanas antes.

"O presidente Johnson costumava dizer por aí que a razão do assassinato do presidente Kennedy era que ele tinha matado o presidente Diem", diz o documento de Helms.

Outra nota fala do possível envolvimento da CIA no assassinato e nas tentativas de assassinato de líderes estrangeiros.

Este documento contém informação sobre a já conhecida intenção de acabar com a vida do líder cubano na época, Fidel Castro, uma missão para a qual os EUA chegaram a cogitar a utilização de mafiosos de Chicago com negócios em Cuba que foram prejudicados pelo triunfo da Revolução.

O texto também fala da participação do governo americano no assassinato do ditador dominicano Rafael Trujillo.

O documento, no entanto, nega qualquer envolvimento da CIA nos assassinatos do primeiro-ministro congolês Patrice Lumumba e do presidente indonésio Sukarno.

Outra comunicação indica que o FBI tinha Oswald no radar e que tentou localizá-lo dias antes do assassinato, quando ele se mudou de Nova Orleans e os agentes acabaram perdendo sua pista.

As informações desclassificadas também revelam que o FBI avisou à polícia de Dallas que a vida de Oswald corria perigo após sua detenção. Apesar do aviso, os agentes que o custodiavam dois dias depois do assassinato de Kennedy não puderam evitar que um homem identificado como Jack Ruby o matasse.

Esse documento foi escrito pelo diretor do FBI, J. Edgar Hoover, que, em outro texto, após o assassinato de Oswald, mostrou sua preocupação com possíveis teorias da conspiração sobre a morte de Kennedy.

"O que mais me preocupa é ter algo para que possamos convencer as pessoas de que Oswald é o verdadeiro assassino", disse Hoover.

Sobre os documentos que foram mantidos em sigilo, Trump ordenou que sua equipe faça uma revisão ao longo dos próximos seis meses com a ideia de voltar a se pronunciar sobre o assunto e publicar mais informações, no mais tardar em abril de 2018.

Acompanhe tudo sobre:AssassinatosDonald TrumpEstados Unidos (EUA)Mortes

Mais de Mundo

Sri Lanka vota em primeiras presidenciais desde o colapso econômico

Milei viaja aos EUA para participar na Assembleia Geral da ONU pela 1ª vez

Milei recebe presidente do Parlamento de Israel e reafirma amizade “forte e histórica”

Maduro pede que aliados não aceitem eletrônicos de presente após explosão de pagers no Líbano