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Trump reitera intenção de neutralizar ameaça da Coreia do Norte

Se a Coreia do Norte realizar um novo teste nuclear, "não vou ficar feliz", disse o presidente americano

Desfile militar em razão dos 105 anos do fundador da Coreia do Norte (Damir Sagolj/Reuters)

Desfile militar em razão dos 105 anos do fundador da Coreia do Norte (Damir Sagolj/Reuters)

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AFP

Publicado em 30 de abril de 2017 às 16h22.

O presidente americano, Donald Trump, reiterou neste domingo o desejo de neutralizar a ameaça nuclear representada pela Coreia do Norte, enquanto qualificou o líder norte-coreano, Kim Jong-Un, de um "jovem astuto".

"Temos uma situação que não podemos deixar que se prolongue", disse Trump em entrevista à emissora CBS realizada na noite de sábado, depois de participar de um comício na Pensilvânia pelos 100 dias na Casa Branca.

O presidente reiterou a determinação de apoiar a influência chinesa na Coreia do Norte. Pequim é o maior sócio econômico e o governo mais próximo a Pyongyang.

Segundo Trump, o presidente da China, Xi Jinping, "está trabalhando para tentar resolver este problema enorme, que também é da China."

Se a Coreia do Norte realizar um novo teste nuclear, "não vou ficar feliz", acrescentou. "E também posso dizer que não acredito que o presidente da China, que é um homem muito respeitável, irá ficar contente".

Questionado sobre se "não estar feliz" poderia significar uma "ação militar", Trump disse: "não direi nada, veremos".

O presidente assinalou que a energia utilizada para resolver o problema da Coreia do Norte é em detrimento do desacordo comercial que se comprometeu a resolver com a China.

- Milhões de mortos -

"Francamente, penso que a Coreia do Norte pode ser mais importante do que o comércio. O comércio é muito importante, mas comparado com uma guerra total com possíveis milhões de mortos, eu diria que o comércio fica atrás", assegurou Trump.

Durante a entrevista, o presidente também fez declarações quase de admiração ao líder norte-coreano.

Estas afirmações chegam em meio às crescentes tensões com a Coreia do Norte por seus programas de mísseis e nuclear, e enquanto Washington tenta fazer com que a China ajude a conter Kim.

Trump disse que "não tem ideia" se Kim está são ou não, mas assinalou que o dirigente norte-coreano enfrentou formidáveis desafios ao assumir o poder aos 27 anos, depois que seu pai morreu em 2011.

"Obviamente se relaciona com pessoas muito rígidas, em particular com generais e outros. E tão jovem foi capaz de assumir o poder", disse Trump na entrevista.

"Muita gente, tenho certeza, tentou tirá-lo do poder, seu tio ou alguém mais. E ele foi capaz de se manter".

"Assim, obviamente ele é bastante astuto", disse Trump.

"Mas temos uma situação que simplesmente não podemos deixar - não podemos deixar que continue o que tem acontecido por um longo período de tempo", acrescentou o presidente americano.

A Coreia do Norte realizou no sábado outro teste de míssil, ação que tem despertado o temor dos Estados Unidos de que o regime de Kim Jong-Un possa desenvolver um míssil balístico intercontinental capaz de alcançar o território americano com uma ogiva nuclear.

A Coreia do Sul declarou que o último teste falhou. Trump se negou a comentar se os Estados Unidos têm algo a ver com o teste que não deu certo.

"Isto é um jogo de xadrez. Não quero que saibam o que eu penso. Assim, eventualmente ele terá um sistema de lançamento melhor e, se isso acontecer... nós não podemos permitir que isso aconteça".

Horas antes do teste da Coreia do Norte, o secretário de Estado americano, Rex Tillerson, alertou sobre as "consequências catastróficas" no caso de a comunidade internacional não agir mais energicamente para sancionar Pyongyang.

Os Estados Unidos mobilizaram um grupo de ataque naval liderado pelo porta-aviões USS Carl Vinson, que no sábado começou, junto com a Marinha sul-coreana, a realizar treinamentos.

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