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Trump promete pena de morte para assassinos em Washington

Capital americana está sob intervenção federal desde o início de agosto, quando o republicano mobilizou milhares de soldados da Guarda Nacional e assumiu o controle da segurança pública

Agência o Globo
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Publicado em 26 de agosto de 2025 às 16h14.

Última atualização em 26 de agosto de 2025 às 16h22.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prometeu nesta terça-feira buscar a aplicação da pena de morte para homicídios ocorridos em Washington D.C. A capital americana está sob intervenção federal desde 11 de agosto, quando o republicano mobilizou 2,2 mil membros da Guarda Nacional para uma operação de "embelezamento" contra o crime, a imigração irregular e a população em situação de rua, vista por críticos como uma ameaça à democracia.

— Se alguém matar alguém na capital, Washington D.C., vamos buscar a pena de morte. E é uma medida preventiva muito forte, e todos que ouviram isso concordaram — disse Trump.

A declaração foi feita em uma reunião de Gabinete que já passa de 2 horas, segundo o New York Times. O presidente dos EUA disse que buscará a pena de morte para qualquer pessoa que cometa assassinato em Washington, enquanto continua a promover sua ofensiva contra o crime na cidade.

Não ficou claro como a medida funcionaria, dado o grande número de regras e restrições para a aplicação da pena capital. Atualmente, o governo federal pode aplicar a pena de morte apenas em crimes federais, mas o Distrito de Colúmbia aboliu a pena capital em 1981 para crimes que não são julgados em nível federal.

A capital dos Estados Unidos tem um status jurídico único, pois não é um estado e opera sob uma relação com o governo federal que limita sua autonomia e concede ao Congresso controle extraordinário sobre assuntos locais.

Trump usou essa brecha para enviar a Guarda Nacional, a fim de combater o que classificou como criminalidade descontrolada e crise de pessoas em situação de rua. As estatísticas, no entanto, apontam o contrário. No primeiro semestre de 2025, a capital de 700 mil habitantes registrou 101 homicídios, o menor patamar em anos, uma queda de 12% em relação ao ano passado.

Na segunda-feira, Trump se gabou de uma sequência de vários dias sem assassinatos na cidade e afirmou que também está tomando medidas para embelezar a capital, sede da Casa Branca. As ações incluem a expulsão de pessoas em situação de rua e o recrudescimento da ofensiva contra os imigrantes — na contramão do status de Washington de "cidade santuário" para imigrantes. No domingo, tropas da Guarda Nacional começaram a portar armas.

Trump disse estar considerando medidas semelhantes para outras cidades governadas por democratas, incluindo Chicago, Nova York e Baltimore, cujos indicadores de criminalidade também apontam uma melhora. Segundo especialistas, os números são reflexo de uma tendência nacional que é resultado de programas sociais adotados após a pandemia.

— Em todo o país, em cidades de todos os tamanhos, estamos vendo quedas de dois dígitos nos assassinatos — explicou Jeff Asher, cofundador da AH Datalytics, empresa que compila dados de segurança nos EUA, à emissora americana PBS. — Existe um grande desafio em responder por quê. Sabemos que não há mais policiais na grande maioria das cidades e que as causas profundas da violência não foram resolvidas. Acho que a explicação mais satisfatória é que, após a covid-19, tivemos um aumento nos gastos com programas sociais e iniciativas que, embora não estivessem especificamente ligadas à redução da violência, tiveram esse benefício secundário.

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