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Trump prepara corte radical no financiamento da ONU

Se for confirmada, a decisão será um duro golpe para muitas agências das Nações Unidas que dependem dos bilhões de dólares em financiamento para ações

Trump: um decreto que o novo presidente quer assinar ordena a eliminação do financiamento de agências da ONU que apoiem o aborto (Getty Images)

Trump: um decreto que o novo presidente quer assinar ordena a eliminação do financiamento de agências da ONU que apoiem o aborto (Getty Images)

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AFP

Publicado em 25 de janeiro de 2017 às 22h53.

O presidente americano, Donald Trump, prepara decretos para reduzir radicalmente o financiamento da ONU e para retirar os Estados Unidos de tratados multilaterais, informou nesta quarta-feira (25) o jornal The New York Times.

Se for confirmada, a decisão será um duro golpe para muitas agências das Nações Unidas que dependem dos bilhões de dólares em financiamento para ações como ajuda a refugiados e manutenção da paz, apontou o jornal.

Um decreto que o novo presidente se apressa para assinar, e cujo rascunho The New York Times teve acesso, ordena a eliminação do financiamento de agências da ONU e organismos internacionais que apoiem o aborto, que reconheçam a autoridade Palestina ou a Organização para Libertação da Palestina (OLP).

Também põe fim ao financiamento de agências ou organizações que promovam qualquer atividade contrária às sanções impostas ao Irã e à Coreia do Norte, ou que estejam controladas ou influenciadas pelos Estados considerados por Washington como "apoiadores do terrorismo", segundo o NYT.

Os decretos também falam em reduzir para menos de 40% todos os fundos destinados para organizações internacionais.

Os Estados Unidos são o país que mais contribui para a ONU: são responsáveis por 22% de seu orçamento operacional e financiam 28% das 16 missões de paz, que custam 7,8 bilhões de dólares anuais.

O rascunho do decreto estabelece a criação de uma comissão para estudar o que poderá cortar e menciona analisar as missões de paz da ONU, o Tribunal Internacional de Haia - principal órgão jurídico da organização -, a ajuda para o desenvolvimento de países "que se opõem a políticas importantes dos Estados Unidos" e ao Fundo de População da ONU, que supervisiona programas de saúde materna e reprodutiva, enumerou o jornal.

Um segundo decreto pede a revisão de todos os tratados multilaterais atuais e pendentes que não estejam diretamente relacionados com "a segurança nacional, a extradição ou o comércio internacional", indicou o NYT.

Isso poderia afetar o Acordo de Paris sobre mudança climática, que Trump questionou abertamente, e prometeu em sua campanha voltar atrás nos compromissos de reduzir as emissões de gases do efeito estufa e de fazer uma transição para uma economia mais verde.

"Quando viram as Nações Unidas resolverem problemas? Não resolvem. Causam problemas", indicou Trump em dezembro. A ONU "é apenas um clube para as pessoas se reunirem e passarem um bom tempo", considerou.

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