Guerra comercial: analistas temem que Trump acirre os conflitos com os chineses em seus últimos meses na Casa Branca. (Aly Song/Reuters)
Fabiane Stefano
Publicado em 16 de novembro de 2020 às 15h20.
Última atualização em 16 de novembro de 2020 às 15h22.
presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, planeja várias medidas contra a China nas semanas restantes de seu mandato, de acordo com uma autoridade do governo, o que poderia limitar as ações do presidente eleito Joe Biden.
As medidas em estudo incluem proteger o setor de tecnologia dos EUA dos interesses de militares da China, combater a pesca ilegal e mais sanções contra autoridades do Partido Comunista ou instituições que causam danos em Hong Kong ou na região de Xinjiang, no oeste do país, disse a autoridade, sem fornecer detalhes.
“A menos que Pequim reverta o curso e se torne um player responsável no cenário global, reverter as ações históricas do presidente Trump será politicamente suicida para futuros presidentes dos EUA”, disse John Ullyot, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, em comunicado.
O site Axios informou anteriormente que Trump poderia anunciar sanções ou restrições comerciais contra mais empresas chinesas, entidades governamentais ou autoridades, citando violações de direitos humanos ou ameaças à segurança nacional dos EUA. A equipe de transição de Biden disse que não faria comentários sobre a notícia por enquanto.
O porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, disse em conferência de imprensa em Pequim na segunda-feira que “a cooperação é o único caminho certo a seguir”.
Medidas mais duras contra a China já eram esperadas nas últimas semanas do governo de Trump. Ed Mills, analista da Raymond James Financial, escreveu em relatório publicado na sexta-feira que a empresa de serviços financeiros se prepara para mais ordens executivas que poderiam ser difíceis de reverter. Essa avaliação veio após a ordem executiva de Trump na quinta-feira, que bloqueou investimentos dos EUA em empresas chinesas de propriedade ou controladas por militares.
A ordem proíbe firmas de investimento e fundos de pensão de comprar e vender ações de 20 empresas chinesas designadas pelo Pentágono com vínculos militares em junho, bem como outras 11 companhias incluídas em agosto, informou o Axios, acrescentando que autoridades do governo discutem a expansão dessa lista.
O governo Trump também enfrenta o prazo de meados de dezembro para nomear e punir quaisquer bancos que tenham negócios com autoridades identificadas como prejudiciais à autonomia de Hong Kong.