A reunião entre as grandes potências tem o objetivo de discutir o programa nuclear iraniano (Denis Balibouse/Reuters)
AFP
Publicado em 16 de março de 2018 às 10h01.
Última atualização em 16 de março de 2018 às 12h04.
Viena - A possibilidade de os Estados Unidos mudar de critério sobre o programa nuclear iraniano com a chegada do novo secretário de Estado Mike Pompeo criou tensões em Viena, na Áustria, onde nesta sexta-feira se reúne a comissão que faz o acompanhamento do acordo internacional assinado com a República Islâmica.
Os seis países que assinaram o acordo com o Irã - EUA, Rússia, China, Reino Unido, França e Alemanha - enviaram à capital austríaca especialistas de alto nível para analisar com as autoridades iranianas o cumprimento do tratado, assinado em julho de 2015.
Como acontece a cada três meses, a reunião, que começou na manhã de hoje, é coordenada por Helga Schmid, secretária-geral adjunta de Assuntos Exteriores da União Europeia (UE), e pelo vice-ministro de Relações Exteriores e negociador nuclear iraniano, Abbas Araghchi.
Na quarta-feira, Araghchi disse em Teerã que "os americanos consideram seriamente a saída do acordo nuclear, e a demissão do secretário de Estado Rex Tillerson foi decidida com esse fim, ou pelo menos essa é uma das razões", segundo a agência "ISNA".
O tratado assinado entre o Irã e os seis países (G5+1) estipula importantes limitações ao programa nuclear iraniano em troca do levantamento das sanções internacionais contra o país asiático.
No entanto, o presidente Donald Trump se mostrou muito crítico com o acordo alegando que o Irã viola o seu espírito ao continuar com o desenvolvimento de mísseis balísticos que poderiam, no futuro, transportar armas nucleares.
Diante da atitude de Trump, Araghchi assegurou em suas declarações de quarta-feira que se os Estados Unidos se retirarem do acordo, o Irã também irá fazê-lo.