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Trump pede voto a candidato ao Senado acusado de assédio sexual

Até agora o presidente americano tinha evitado dar apoio explícito a Roy Moore nas eleições especiais programadas para 12 de dezembro no Alabama

Donald Trump: "a recusa dos democratas a dar inclusive um voto à nossa redução de impostos nos faz ver o quão necessário é a vitória do republicano Roy Moore no Alabama" (Jonathan Ernst/Reuters)

Donald Trump: "a recusa dos democratas a dar inclusive um voto à nossa redução de impostos nos faz ver o quão necessário é a vitória do republicano Roy Moore no Alabama" (Jonathan Ernst/Reuters)

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EFE

Publicado em 4 de dezembro de 2017 às 12h46.

Washington - O presidente dos EUA, Donald Trump, pediu nesta segunda-feira o voto para Roy Moore, um candidato republicano ao Senado pelo Alabama que foi acusado de abusar sexualmente de várias adolescentes há quatro décadas.

"A recusa dos democratas a dar inclusive um voto à nossa redução de impostos (a reforma tributária aprovada no sábado) nos faz ver o quão necessário é a vitória do republicano Roy Moore no Alabama", escreveu Trump em suas habituais mensagens matutinas.

"Necessitamos deste voto para conter o crime, a imigração ilegal, criar o muro fronteiriço, melhorar o exército, lutar contra o aborto, apoiar veteranos e mais. Não a (Doug) Jones (rival democrata de Moore), uma marionete de (Nancy) Pelosi/(Chuck) Schumer (os líderes democratas no Congresso) ", acrescentou em outro tweet.

Até agora Trump tinha evitado dar apoio explícito a Moore nas eleições especiais programadas para 12 de dezembro no Alabama, tinha se limitado a um apoio tático criticando duramente Jones e dizendo que o candidato republicano negou repetidamente as acusações de assédio.

Em 27 de novembro, a Casa Branca informou que Trump não iria fazer campanha junto a Moore, apesar de não ter pedido sua renúncia como fizeram outros líderes republicanos do Senado.

O líder "não tem planejado nenhuma viagem ao Alabama" para fazer campanha a favor de Moore e "sua agenda não lhe permite" encaixar essa atividade antes das eleições legislativas, afirmou então a porta-voz da Casa Branca, Sarah Huckabee Sanders.

Na semana anterior a esse comparecimento, o presidente tinha antecipado aos jornalistas que em breve revelaria se planejava viajar para o Alabama, onde as pesquisas mostram uma ajustada disputa entre Moore e Jones apesar da natureza tradicionalmente conservadora do estado.

O líder lembrou em outras mensagens que, durante as eleições primárias republicanas no Alabama em setembro, ele não respaldou Moore, mas Luther Strange, o candidato preferido pelo partido, mas "isso não foi suficiente", e agora "não podemos permitir" que os democratas "ganhem estas eleições".

Moore, um ex-juiz de 70 anos, está alinhado com a chamada "direita alternativa" que procura revolucionar o Partido Republicano, e negou categoricamente as acusações contra si feitas por oito mulheres, entre elas várias que tinham entre 14 e 18 anos quando ocorreram os fatos, na década de 1970.

Trump, que durante a campanha eleitoral de 2016 também foi acusado por várias mulheres de ter se excedido com elas, pareceu defender Moore há duas semanas, ao assegurar que o candidato havia "negado repetidamente" as acusações contra si.

Vários senadores republicanos advertiram que poderiam votar para a expulsão de Moore do Senado caso ganhe as eleições.

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