Protesto durante o hino: um porta-voz da NFL não respondeu a pedidos de comentário (Justin Edmonds/Getty Images)
Reuters
Publicado em 26 de setembro de 2017 às 17h22.
Última atualização em 26 de setembro de 2017 às 17h32.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, intensificou sua luta com a Liga Nacional de Futebol Americano (NFL, na sigla em inglês) nesta terça-feira, pedindo que a entidade proíba os jogadores de se ajoelharem em protesto durante a execução do hino nacional antes dos jogos.
"A NFL tem todo tipo de regra e regulamentação. A única saída para eles é estabelecer uma regra dizendo que não se pode ajoelhar durante nosso hino nacional!", tuitou Trump.
The NFL has all sorts of rules and regulations. The only way out for them is to set a rule that you can't kneel during our National Anthem!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) September 26, 2017
Foi o quinto dia seguido em que o presidente criticou o gesto simbólico, adotado por alguns jogadores negros no ano passado para protestar contra as disparidades raciais no sistema de Justiça criminal.
Um porta-voz da NFL não respondeu a pedidos de comentário.
Trump elogiou dois times que jogaram na noite de segunda-feira e praticamente mantiveram distância da polêmica. Os atletas do Arizona Cardinals uniram os braços e ficaram de pé durante a execução de "Star-Spangled Banner", assim como os do Dallas Cowboys, que se ajoelharam antes do hino.
Na sexta-feira, Trump disse em um evento político que qualquer jogador manifestante é um "filho da puta" que deveria ser demitido, e pediu por um boicote a jogos da NFL, desencadeando protestos de dezenas de jogadores, técnicos e alguns donos de times antes dos jogos da liga no domingo.
Jogadores da NFL começaram a se ajoelhar durante o hino no ano passado, quando o então quarterback do San Francisco 49ers Colin Kaepernick se recusou a ficar de pé em protesto pelas mortes de negros por policiais brancos nos EUA.
O ataque verbal de Trump pode agradar sua base conservadora no momento em que o presidente republicano se vê às voltas com as ameaças nucleares da Coreia do Norte, uma crise humanitária em Porto Rico após a passagem do furacão Maria, uma investigação sobre a suposta interferência da Rússia na eleição de 2016 e uma batalha para aprovar um reforma de saúde no Congresso.
Paul Ryan, o republicano que preside a Câmara dos Deputados dos EUA, disse que também desaprova o gesto.
"As pessoas estão claramente dentro de seu direito de se expressarem como bem quiserem", disse ele aos repórteres. "Minha própria opinião é que não deveríamos fazê-lo no hino nacional."
O secretário de Justiça norte-americano, Jeff Sessions, disse a uma plateia na Escola de Direito de Georgetown, em Washington, que os atletas engajados estão errados.