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Trump pede para equipe ler relatório diário para ele

Segundo o "Washington Post", o presidente comunicou há tempo sua intenção de não ter de ler um relatório que é elaborado todas as noites

Trump: o documento inclui relatórios obtidos pelos serviços de espionagem, satélites e serviços de vigilância (Yuri Gripas/Reuters)

Trump: o documento inclui relatórios obtidos pelos serviços de espionagem, satélites e serviços de vigilância (Yuri Gripas/Reuters)

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EFE

Publicado em 9 de fevereiro de 2018 às 16h25.

Washington - O presidente americano, Donald Trump, deu instruções a sua equipe para que lhe apresente de maneira oral o Relatório Presidencial de Inteligência, um documento que recopila as principais novidades requestadas pelas agências de espionagem e segurança do país, informaram nesta sexta-feira veículos de imprensa locais.

De acordo com uma informação publicada pelo jornal "The Washington Post", que cita três fontes próximas ao Gabinete, o presidente comunicou há tempo sua intenção de não ter de ler um relatório que é elaborado todas as noites e que inclui informação altamente classificada.

O relatório, conhecido como PDB, por sua sigla em inglês, é concebido para informar no começo da manhã ao comandante-em-chefe das Forças Armadas os assuntos de segurança mais candentes no mundo todo.

Este documento inclui relatórios obtidos pelos serviços de espionagem, satélites, serviços de vigilância e, inclusive, por agências de inteligência estrangeira.

De acordo com o jornal da capital do país, Trump pediu desde o princípio que o PDB fosse o mais breve e conciso possível, o que mais tarde, no entanto, parece não ter sido suficiente para convencer o líder da necessidade de sua leitura detalhada.

"(Trump) é um ávido consumidor de relatórios de inteligência, aprecia o duro trabalho de seus informadores e de toda a comunidade de inteligência, e está impaciente por receber seus relatórios a cada dia", afirmou o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional Michael Anton a "The Washington Post".

No entanto, são várias as informações que apontam para uma certa aversão à leitura por parte de Trump, argumento que se viu reforçado com a publicação do livro "Fire and Fury", no qual o jornalista Michael Wolff assegurava que os membros do Gabinete optaram por apresentar relatórios mais visuais.

Questionado pelo jornal, Leon Panneta, ex-diretor da Agência Central de Inteligência (CIA) e ex-secretário de Defesa durante a administração de Barack Obama, mostrou sua preocupação pelo fato de o líder "poder passar por cima" de algo que não leu minuciosamente nos relatórios.

De fato, o caráter impulsivo do multimilionário somado à sua suposta falta de atenção, levou um grupo de legisladores a questionar o fato de Trump estar capacitado para tomar determinadas decisões sobre questões militares, como ordenar um ataque nuclear, sem necessidade de se submeter à aprovação do Congresso.

"Pode ter as pessoas mais inteligentes a seu redor, mas definitivamente tudo depende de sua decisão", advertiu Panneta.

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