Presidente russo, Vladimir Putin: o pedido de Trump acontece em meio ao escândalo pelos contatos com a Rússia do procurador-geral dos EUA (Alexei Druzhinin / Reuters)
EFE
Publicado em 3 de março de 2017 às 17h58.
Washington - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, solicitou nesta sexta-feira uma "investigação imediata" dos laços do líder dos democratas no Senado, Chuck Schumer, com a Rússia e o chefe do Kremlin, Vladimir Putin.
Em mensagem em sua conta pessoal no Twitter, Trump fez esse pedido acompanhado de uma foto na qual Putin aparece junto com Schumer, a quem rotulou de "hipócrita total".
We should start an immediate investigation into @SenSchumer and his ties to Russia and Putin. A total hypocrite! pic.twitter.com/Ik3yqjHzsA
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) March 3, 2017
O pedido de Trump para que se investigue Schumer, atual líder da minoria democrata no Senado, acontece em meio ao escândalo pelos contatos com a Rússia do procurador-geral dos EUA, Jeff Sessions, e de outra polêmica vinculada ao uso de um e-mail privado que o atual vice-presidente do país, Mike Pence, fez quando era governador de Indiana.
Quando era senador e assessor da campanha eleitoral de Trump, Sessions se reuniu duas vezes com o embaixador russo em Washington, Serguei Kislyak, nos meses prévios ao pleitos presidenciais de novembro do ano passado nos EUA e em plena tempestade pela suposta ingerência de Moscou nos mesmos.
Durante o processo no Senado sobre sua confirmação como novo procurador-geral e ao ser perguntado por eventuais contatos com o Kremlin, Sessions ocultou esses encontros com Kislyak por considerar, segundo alega agora, que aconteceram em sua condição de senador e não como assessor da campanha de Trump.
Perante as críticas suscitadas, Sessions deu uma entrevista coletiva nesta quinta-feira para anunciar que se afastará da investigação de seu departamento, o de Justiça, sobre a suposta ingerência russa nas eleições para prejudicar com ataques cibernéticos a então candidata Hillary Clinton e favorecer seu rival, o agora presidente Trump.
Através do Twitter e após ter salientado sua "total confiança" em Sessions, Trump disse ontem que seu procurador-geral poderia ter sido mais preciso em suas respostas sobre a Rússia no Senado, mas foi sem intenção e "não fez nada errado".
Por outro lado, Trump criticou o vazamento que permitiu ao jornal "The Washington Post" publicar a informação dos contatos de Sessions com o embaixador russo e disse que se trata de uma "caça às bruxas" contra seu governo.
Na mesma linha, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, afirmou hoje que o escândalo nos EUA pelos contatos de Kislyak com membros da campanha eleitoral de Trump "se parece muito com uma caça às bruxas".