Donald Trump, presidente dos EUA (Jim Watson/AFP)
Agência de notícias
Publicado em 10 de maio de 2025 às 19h43.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ordenou ao Departamento de Segurança Interna (DHS, na sigla em inglês) que aumente em ao menos 20 mil agentes a força de deportação do país.
A medida, se concretizada, levará a uma enorme expansão da fiscalização da imigração. A ordem executiva, emitida na sexta-feira, faz parte do plano do governo para incentivar imigrantes indocumentados a se autodeportarem.
O documento, no entanto, não especifica como o aumento de pessoal no departamento seria financiado, um dos vários grandes obstáculos logísticos para uma operação tão grande.
Atualmente, há cerca de 6.000 policiais concentrados nos esforços de deportação no Departamento de Imigração e Fiscalização Aduaneira. O Serviço de Imigração e Alfândega (ICE, na sigla em inglês), que responde ao DHS, responde principalmente pela imigração ilegal e atualmente tem mais de 21 mil funcionários.
Trump pediu que o departamento em breve começasse a "substituir e contratar policiais estaduais e locais, ex-policiais federais, policiais e funcionários de outras agências federais e outros indivíduos".
Trump já pressionou pela colaboração de policiais estaduais e locais para a fiscalização da imigração, e autoridades do DHS já assinaram uma série de acordos com as autoridades locais nos meses desde que o presidente assumiu o cargo. No final do mês passado, autoridades policiais locais na Flórida auxiliaram o Serviço de Imigração e Alfândega em uma operação que levou à prisão de mais de 1.100 migrantes em todo o estado.
O governo tem tentado, nos últimos meses, cumprir a promessa de Trump de deportações em massa. Entre as ações estão operações abrangentes nas principais cidades, prisão de estudantes internacionais e concessão de maior liberdade aos policiais onde realizam as prisões, como em tribunais.
Abaixo do número de deportações que esperava atingir, o governo passou a pressionar, nas últimas semanas, para que os migrantes deixem o país por conta própria, um conceito conhecido como "autodeportação". Como forma de estímulo à adesão, as autoridades disseram, nesta semana, que pagariam US$ 1 mil aos migrantes e o custo de sua viagem se eles deixassem o país e que, para isso, usassem um aplicativo do governo, conhecido como CPB Home.
Essa medida foi rotulada de "projeto de retorno ao lar", como consta no documento de Trump da última sexta-feira. O presidente ainda ordenou que seja feita uma campanha nacional para informar sobre a "oferta" e dos riscos de seguir ilegalmente no EUA.
“Esta proclamação estabelece o Projeto Homecoming, que oferecerá aos imigrantes ilegais uma escolha: deixar os Estados Unidos voluntariamente, com o apoio e a assistência financeira do governo federal, ou permanecer e enfrentar as consequências”, dizia a proclamação.
Além de serem presos e deportados, a proclamação alertava que os migrantes poderiam enfrentar “multas consistentes com a lei aplicável para crimes relacionados à imigração; apreensão de salários; e confisco de economias e bens pessoais, incluindo casas e veículos”.
Entre as medidas controversas que o governo dos Estados Unidos têm adotado está o uso que Trump fez da Lei de Inimigos Estrangeiros, datada do século 18, para deportar imigrantes venezuelanos sob acusação de atividade de gangues, lembra a BBC. A decisão do presidente tem sido contestada ou bloqueada nos tribunais federais.