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Trump ordena investigação sobre vazamento de dados à imprensa

O republicano ameaçou "capturar" os responsáveis por divulgar à imprensa os inúmeros contatos entre a sua equipe de campanha e a Inteligência russa

Trump: "Liguei para o Departamento de Justiça para que se dedique a (indagar sobre) estes vazamentos. São atos criminosos. São (dados) vazados por pessoas dentro das agências", disse (Kevin Lamarque/Reuters)

Trump: "Liguei para o Departamento de Justiça para que se dedique a (indagar sobre) estes vazamentos. São atos criminosos. São (dados) vazados por pessoas dentro das agências", disse (Kevin Lamarque/Reuters)

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AFP

Publicado em 16 de fevereiro de 2017 às 19h24.

O presidente americano, Donald Trump, anunciou nesta quinta-feira ter pedido ao Departamento de Justiça que investigue o vazamento de dados sensíveis à imprensa, o que considerou um "ato criminoso".

"Liguei para o Departamento de Justiça para que se dedique a (indagar sobre) estes vazamentos. São atos criminosos. São (dados) vazados por pessoas dentro das agências", disse Trump, ao mencionar os detalhes de suas conversas com o presidente do México, Enrique Peña Nieto, divulgados à imprensa.

Durante coletiva de imprensa na Casa Branca, em Washington, DC, o republicano ameaçou "capturar" os responsáveis por divulgar à imprensa os inúmeros contatos feitos no ano passado entre a sua equipe de campanha e a Inteligência russa, além de terem publicado informações sobre conversas entre seu ex-Conselheiro de Segurança Nacional, Michael Flynn, e Serguei Kislyak, o embaixador da Rússia em Washington.

"Os indícios apontam finalmente os delinquentes responsáveis pelo vazamento (de informação). Eles serão pegos!", escreveu Donald Trump em um tuíte, o último de uma série de ataques nomicroblog, que considera o vazamento de informações como algo que tem intuito de prejudicar a sua administração.

"O vazamento, incluindo o vazamento ilegal de material confidencial, foi um grande problema para Washington durante anos. O fracassado @nytimes (e outros) devem desculpar-se!".

Um dia antes, o magnata republicano já havia feito referência ao vazamento de informações, que qualificou de "ato criminoso", porém sem se aprofundar quanto a questão.

O magnata ressaltou também na coletiva que as notícias de contatos entre sua equipe de campanha e a Inteligência russa são "falsas", assim como as supostas conversas entre Flynn e o embaixador russo.

"Eles não sabem nada disso. Não foram à Rússia. Nunca fizeram um telefonema para a Rússia. Nunca receberam um telefonema. São informações falsas", disse Trump durante a coletiva.

Trump também defendeu Flynn, que pediu e teve aceita sua demissão esta semana, afirmando que o ex-funcionário não fez nada de errado ao manter conversas anteriores à posse com o embaixador russo, Sergei Kislyak.

"Está fazendo o seu trabalho. Apenas estava fazendo o seu trabalho", insistiu.

"O único é que não informou bem nosso vice-presidente", contou à imprensa.

Apesar do tom severo de Trump quanto às informações vazadas, os funcionários da Casa Branca confirmaram que Flynn conversou com o embaixador russo sobre as sanções dos Estados Unidos à Rússia - impostas por Barack Obama em dezembro após a suposta interferência de Moscou às eleições presidenciais americanas - no mesmo dia em que Obama anunciou a extradição de 35 diplomatas russos.

Acrescentaram a informação de que Flynn não foi afastado do cargo por causa das conversas com Kislyak, mas sim por ter omitido ao vice-presidente Mike Pence a natureza dessas conversas.

O jornal The New York Times também revelou na quarta-feira (15), usando como fonte quatro funcionários e ex-funcionários americanos, que os serviços de Inteligência dos Estados Unidos teriam registros das conversas ocorridas no ano passado, essas entre a equipe de campanha do republicano e funcionários do alto escalão da inteligência russa.

Sobre seu ex-diretor da campanha Paul Manafort, que se demitiu 11 semanas antes das eleições de 8 de novembro, após revelações de que supostamente teria sido pago pelo governo ucraniano pró-russo de Viktor Ianukovitch, afirmou que "representava o governo ucraniano", mas "todo mundo sabia".

"Quanto a mim, não tenho nada na Rússia. Não tenho nenhum empréstimo na Rússia. Não tenho nenhum acordo na Rússia", repetiu. "Não tenho nada a ver com a Rússia".

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