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Trump oficializa tarifa de 25% para aço e alumínio; medida afeta Brasil

Em 2024, o Brasil foi o segundo maior fornecedor do metal para os EUA, atrás apenas do Canadá

Brasil deve ser impactado pela medida (AFP)

Brasil deve ser impactado pela medida (AFP)

Publicado em 10 de fevereiro de 2025 às 20h04.

Última atualização em 10 de fevereiro de 2025 às 23h05.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta segunda-feira, 10, um decreto que oficializa a adoção de tarifas de 25% sobre as importações de aço e alumínio feitas pelo país.

Trump assinou a proclamação que implanta as tarifas em uma cerimônia fechada na Casa Branca. "Este é um grande acordo, que tornará a América rica de novo", disse, a alguns repórteres que estavam presentes.

Segundo a agência Bloomberg, a medida passa a valer em 4 de março. Inicialmente, não devem haver exceções.

Em 2024, o Brasil foi o segundo maior fornecedor do metal para os EUA, atrás apenas do Canadá. No acumulado do ano, o país vendeu 4,08 milhões de toneladas, representando 15,5% de tudo que os Estados Unidos compraram de fora. Segundo o governo americano, o montante equivaleu a US$ 2,99 bilhões.

Trump diz que a medida ajudará a atrair mais empregos e negócios ao país. "Todo o aço que vier para os Estados Unidos terá uma tarifa de 25%. Alumínio, também", afirmou o presidente, durante conversa com jornalistas a bordo do avião Air Force One, no domingo, 9.

Em 27 de janeiro, Trump havia citado o Brasil como parte de um grupo que “quer mal” aos Estados Unidos. "A China é um grande criador de tarifas. Índia, Brasil, tantos, tantos países. Então, não vamos deixar isso acontecer mais, porque vamos colocar a América em primeiro lugar, sempre colocar a América em primeiro lugar", afirmou.

Reação do Brasil

Ao longo do dia, o governo brasileiro evitou comentar publicamente a taxação pelos Estados Unidos e disse que aguardava Trump formalizar a medida. Mas nos bastidores do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) técnicos já calculam eventuais impactos para a economia nacional e as possíveis medidas de reciprocidade à alta norte-americana, afirmaram à EXAME membros da pasta.

Uma lista com medidas de retaliação está sendo preparada pelo MDIC e será apresentada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pelo vice-presidente e ministro da área, Geraldo Alckmin, apurou a EXAME.

Sob Trump, tarifas dos EUA voltarão a patamar da época da Segunda Guerra, diz estudo

Em seu primeiro mandato, em 2018, Trump também impôs tarifas ao aço brasileiro, mas houve negociações posteriores que acabaram anulando a medida, na prática. Uma das saídas foi a criação de cotas de importação por país, que ficaram livres de tarifas extras.

Guerra comercial

Trump usa as tarifas como forma de pressionar outros países a tomar medidas que ele deseja, como a de reforçar a segurança na fronteira e conter o fluxo de imigrantes.

Em outras ocasiões, como quando anunciou tarifas contra o México, China e Canadá, Trump demorou alguns dias para assinar a ordem executiva sobre o tema. Ele ficou dias dizendo que as tarifas entrariam em vigor em 1º de fevereiro, mas só assinou a ordem para isso no próprio dia 1º, no fim da tarde, e determinou que as medidas entrassem em vigor três dias depois, em 4 de fevereiro.

No entanto, as tarifas contra México e Canadá foram adiadas até 4 de março, após um acordo. Os países vizinhos tomaram medidas para reforçar a segurança na fronteira e assumiram mais alguns compromissos.

Já as tarifas contra a China, de 10% adicionais, entraram em vigor no dia 4. Em resposta, a China impôs tarifas de 10% a 15% em uma série de produtos dos EUA, que passaram a valer nesta segunda, 10.

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