Trump: Whitaker será responsável pela investigação da influencia russa nas eleições de 2016 (Kevin Lamarque/Reuters)
EFE
Publicado em 9 de novembro de 2018 às 16h03.
Última atualização em 9 de novembro de 2018 às 16h05.
Washington - O presidente de Estados Unidos, Donald Trump, rejeitou nesta sexta-feira que a nomeação de Matthew Whitaker como procurador-geral interino seja uma manobra para acabar com a investigação sobre a suposta ingerência da Rússia nas eleições americanas de 2016.
"Não falei com Whitaker sobre este assunto", disse Trump ao ser questionado sobre se tinha abordado com o funcionário a possibilidade de encerrar a investigação independente da chamada trama russa, instantes antes de partir rumo à França para assistir aos atos de comemoração do fim da Primeira Guerra Mundial.
Com estas palavras, o presidente americano quis excluir as suspeitas levantadas sobre a renúncia a seu pedido, anunciada na quarta-feira pelo procurador-geral dos EUA, Jeff Sessions, a quem recriminava há meses que se tivesse inibido de tal caso por ter mantido contatos ele mesmo com os russos.
Trump disse, além disso, que não conhecia Whitaker pessoalmente e afirmou que sua nomeação se deve exclusivamente à inteligência e à "grande reputação" entre as forças de segurança americanas.
"É um homem muito pronto e muito respeitado na comunidade das Forças de Segurança (...). Me disseram que tem uma grande personalidade e isso é o que necessitamos", acrescentou.
A saída de Sessions do Governo levantou suspeitas entre a bancada democrata que teme que a Casa Branca esteja tentando encontrar uma via para pôr fim à investigação com a nomeação de Whitaker de forma interina.
A interinidade do cargo permite ao Governo que Whitaker possa assumir o cargo sem se submeter à aprovação do Senado, por isso que poderia aproveitar o recesso atual do Congresso para tomar medidas que atrapalhasse a investigação realizada pelo procurador-especial Robert Mueller, uma possibilidade que fez com que o Partido Democrata pedisse uma investigação no Senado.
"Mueller está fazendo um relatório e não foi confirmado pelo Senado", argumentou Trump.