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Trump nega conflito de interesses entre negócios e presidência

Presidente eleito explicou que poderá continuar assinando cheques por conta de suas empresas, mas que "progressivamente vai pôr um fim nisso"

Trump: "em tese, poderia perfeitamente administrar meus negócios e, ao mesmo tempo, dirigir perfeitamente o país" (Carlo Allegri/Reuters Brazil)

Trump: "em tese, poderia perfeitamente administrar meus negócios e, ao mesmo tempo, dirigir perfeitamente o país" (Carlo Allegri/Reuters Brazil)

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AFP

Publicado em 23 de novembro de 2016 às 08h42.

O futuro presidente dos Estados Unidos, o magnata republicano Donald Trump, declarou nesta terça-feira (22) ao jornal The New York Times que sua presidência não será afetada por conflito de interesses, mantendo-se, contudo, evasivo sobre as medidas concretas que pretende pôr em prática neste sentido.

"Em tese, poderia perfeitamente administrar meus negócios e, ao mesmo tempo, dirigir perfeitamente o país", afirmou.

"Eu tinha pensando que seria necessário estabelecer algum tipo de 'trust', ou algo no estilo, mas não", acrescentou o presidente da Trump Organization.

"Eu queria fazer algo" para separar claramente essas duas atividades, limitou-se a afirmar, referindo-se aos papéis de empresário e de presidente dos Estados Unidos.

Embora reconheça que sua posição é inédita, fez questão de ressaltar que a lei não o obriga a fazê-lo.

De fato, nesse ponto, Trump se beneficia de uma regulamentação muito flexível. Nos Estados Unidos, o presidente e o vice podem combinar suas funções com atividades econômicas.

Enquanto a Constituição proíbe que as autoridades políticas recebam qualquer "contribuição" de uma potência estrangeira, essa disposição não impede de fazer negócios com sócios privados estrangeiros.

Falando sempre "em tese", Trump explicou na terça-feira que poderá continuar assinando cheques por conta de suas empresas, mas que "progressivamente vai pôr um fim nisso", sugerindo que deixará seus três filhos administrarem os negócios.

Ele admitiu ao NYT, aliás, que seus negócios vão de vento em popa desde o resultado da eleição à presidência. O Trump Hotel, seu novo palácio em Washington, é um "bem que tem mais valor agora do que tinha antes", já que a marca Trump - celebrou o próprio - é mais "sexy" do que nunca.

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