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Eis um desafio e tanto: mudar Trump

A dez dias da convenção que vai ratificar Donald Trump como candidato à Casa Branca, os republicanos se vêem diante de um desafio tamanho família: segurar a língua do candidato. Na terça-feira, Trump elogiou o ex-ditador do Iraque, Saddam Hussein, como um “bom matador de terroristas”. Não é a primeira vez que Trump elogia figuras “polêmicas” […]

DONALD TRUMP: Em 2001, o empresário negociava investimentos no Commerce Bank em Nova York com o presidente do banco, Vernon W. Hill II. Naquela época, Trump já era conhecido pela agressividade nos negócios. / Spencer Platt/Getty Images

DONALD TRUMP: Em 2001, o empresário negociava investimentos no Commerce Bank em Nova York com o presidente do banco, Vernon W. Hill II. Naquela época, Trump já era conhecido pela agressividade nos negócios. / Spencer Platt/Getty Images

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Da Redação

Publicado em 7 de julho de 2016 às 22h36.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h56.

A dez dias da convenção que vai ratificar Donald Trump como candidato à Casa Branca, os republicanos se vêem diante de um desafio tamanho família: segurar a língua do candidato. Na terça-feira, Trump elogiou o ex-ditador do Iraque, Saddam Hussein, como um “bom matador de terroristas”. Não é a primeira vez que Trump elogia figuras “polêmicas” (pra dizer o mínimo) na política — o ditador norte-coreano Kim Jong-Un e o presidente russo Vladimir Putin estão na lista.

Conforme foi ganhando terreno durante as primárias republicanas, era esperado que seu discurso se tornasse mais brando, até para tentar conquistar apoio dos eleitores mais moderados. Em junho, Trump resolveu alguns dos seus problemas: arrecadou mais de 50 milhões de dólares e remodelou a sua equipe, com a demissão do coordenador de campanha. Mas continua (bem) atrás na corrida: uma pesquisa da agência Reuters divulgada ontem mostra que ele tem 33% das intenções de votos contra 44% de Clinton.

Os republicanos sonham com o “Soft Trump”, mas é improvável que o arquétipo se torne realidade. Donald Trump tem sido assim há décadas, com uma constância assustadora. Isso transparece no decorrer dos 12 livros que escreveu durante sua carreira na indústria imobiliária e como dono de resorts e hotéis de luxo. Desde o primeiro, lançado em 1987, ele aborda suas táticas de negócios, visões sobre os Estados Unidos e sobre a economia.

Na essência seu pensamento é o do dono de negócios que acredita que o mundo é um jogo de soma zero. A vida é um grande negócio. E nos negócios de Trump, ele esmaga seus concorrentes. “Dizem que um bom acordo é quando ambos os lados ganham. Besteira. Um bom acordo é quando você ganha, não o outro lado”, escreveu ele em Pense Grande, de 2007. A dúvida, na corrida presidencial, é se do outro lado está a democrata Hillary Clinton, ou os próprios caciques do partido republicano.

 

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