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Trump não mudou política migratória, diz filho do candidato

"Ele não estava suavizando nada", disse Donald Trump Jr à rede de televisão CNN


	Trump: "ele não estava suavizando nada", disse Donald Trump Jr à rede de televisão CNN
 (Carlo Allegri / Reuters)

Trump: "ele não estava suavizando nada", disse Donald Trump Jr à rede de televisão CNN (Carlo Allegri / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 30 de agosto de 2016 às 21h32.

O filho de Donald Trump disse nesta terça-feira que seu pai "não suavizou" sua postura linha-dura sobre a imigração, na véspera de um discurso no qual o candidato republicano tentará dissipar a confusão sobre um dos pilares da sua campanha presidencial.

"Ele não estava suavizando nada", disse Donald Trump Jr à rede de televisão CNN ao ser questionado sobre uma situação recente em que seu pai pareceu perguntar à uma multidão em um comício no Texas o que ele deveria fazer em relação aos cerca de 11 milhões de imigrantes ilegais do país.

Perguntado sobre se o candidato republicano ainda queria deportá-los, Trump Jr. disse que a suposição era "correta", mas sugeriu um tom mais moderado sobre a questão controversa.

"Você tem que começar com pequenos passos", acrescentou. "Você tem que eliminar 'cidades santuário' [cidades que decidem não cooperar com os requisitos das autoridades migratórias, que são federais]. Você tem que se livrar dos criminosos, certamente, em primeiro lugar. E você tem que proteger a fronteira".

A promessa característica de Trump durante a campanha tem sido a de construir um muro na fronteira dos Estados Unidos com o México, e deportar todos os imigrantes indocumentados que vivem no país.

Na terça-feira, o magnata reiterou que, se for eleito, construirá o muro.

"Desde o primeiro dia eu disse que iria construir um grande muro na fronteira sul, e muito mais. Parem a imigração ilegal. Assista na quarta-feira!", postou Trump no Twitter, promovendo o discurso que fará em Phoenix, no estado de Arizona, na fronteira com o México.

Abordagem "humana"

Mas ultimamente Trump tem se distanciado das suas velhas propostas, como a criação de uma "força de deportação" para expulsar milhões de imigrantes irregulares.

Essa postura agora aparece como um obstáculo, em um momento em que ele procura expandir sua base de eleitores na disputa com a democrata Hillary Clinton, que acusou Trump de alimentar a xenofobia e o racismo.

A nova diretora de campanha de Trump, Kellyanne Conway, disse que houve pouca mudança real nos princípios centrais da plataforma de imigração de Trump. A proposta de "não oferecer anistia" para aqueles que estão no país ilegalmente, por exemplo, se mantém.

Conway ressaltou, porém, que Trump estava comprometido com uma abordagem "justa e humana" para proteger as fronteiras dos Estados Unidos.

Há um ano, o republicano prometeu uma reforma migratória que suspenderia a cidadania americana automática para quem nasce nos Estados Unidos, alegando que imigrantes indocumentados aproveitam esse direito constitucional para que seus filhos obtenham os benefícios sociais dos americanos.

Na última semana, no entanto, o magnata pareceu estar menos resoluto, chegando a sugerir que poderia trabalhar com os imigrantes que cumprem a lei e pagam impostos.

"Certamente pode haver uma 'suavização', porque não estamos buscando prejudicar as pessoas", disse em um programa da rede de televisão Fox News na semana passada.

No dia seguinte, Trump retomou o tom mais duro, insistindo em que não haverá "nenhuma via para a legalização" para os imigrantes que vivem clandestinamente nos Estados Unidos, inclusive para aqueles que não cometeram crimes.

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