Mundo

Trump não cometeu crime e não há acusação contra ele, diz Casa Branca

O ex-advogado de Trump disse que o presidente o orientou a comprar o silêncio de duas mulheres que teriam tido um caso com ele

Trump: a porta-voz do Casa Branca, Sarah Sanders, negou o envolvimento do presidente no caso Manafort (Kevin Lamarque/Reuters)

Trump: a porta-voz do Casa Branca, Sarah Sanders, negou o envolvimento do presidente no caso Manafort (Kevin Lamarque/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 22 de agosto de 2018 às 17h21.

São Paulo - Porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders afirmou em entrevista coletiva nesta quarta-feira que o presidente Donald Trump não fez nada de errado, não cometeu crimes nem enfrenta qualquer acusação judicial. A funcionária foi duramente questionada pelos jornalistas presentes no evento em Washington sobre as suspeitas de que Trump tivesse envolvimento em pagamentos irregulares para duas mulheres com quem ele teria tido casos extraconjugais em troca do silêncio de ambas.

"Trump não fez nada de errado", insistiu várias vezes Sanders. O caso ganhou força após Michael Cohen, ex-advogado de Trump, fazer um acordo de delação premiada, no qual afirmou que Trump o orientou na campanha presidencial de 2016 a comprar o silêncio das duas mulheres, a modelo Karen McDougal e a atriz de filmes adultos Stormy Daniels, que teriam tido um caso com o hoje presidente.

Além disso, Paul Manafort, que foi um dos gerentes da campanha eleitoral de Trump, foi condenado na terça-feira por oito quesitos de fraude relacionados a fraude tributária e bancária. "O caso de Manafort não tem nada a ver com o presidente", disse a porta-voz nesta quarta-feira. Questionada sobre a possibilidade de que Trump perdoe Manafort, Sanders negou que isso estivesse em pauta.

Mais cedo, Trump lamentou o episódio no Twitter: "Eu fico triste por Paul Manafort e pela maravilhosa família dele", comentou. Segundo ele, Manafort se recusou a "inventar histórias para conseguir um 'acordo'", como teria feito Cohen. Trump ainda notou que Cohen admitiu ser culpado por duas violações de financiamento de campanha "que não são um crime", quando o ex-presidente Barack Obama teria cometido uma violação maior e conseguiu um acordo judicial.

Sanders foi ainda questionada sobre a possibilidade de um impeachment do presidente. Segundo ela, essa foi uma "ideia triste" levantada por alguns membros do Partido Democrata apenas para ganhar votos, de olho nas eleições legislativas deste ano. A líder democrata na Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, afirmou mais cedo que um impeachment "não é uma prioridade" neste momento. A porta-voz da Casa Branca cobrou que os democratas no Legislativo se concentrem mais em seu trabalho, inclusive a apreciação do indicado de Trump para a Suprema Corte, Brett Kavanaugh.

A porta-voz afirmou ainda que os EUA seguem concentrados em renegociar acordos comerciais "justos" com outros países, inclusive com a China. Ela citou especificamente o caso do Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (Nafta, na sigla em inglês), com Canadá e México, atualmente em renegociação. "Há décadas o Nafta prejudica trabalhadores americanos e queremos garantir um acordo justo", ressaltou. "O foco do nosso governo é fazer a economia crescer e proteger as fronteiras."

Houve ainda uma questão sobre as relações entre Trump e o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, dias após o político reclamar das altas de juros do BC. Sanders disse que teria de confirmar a informação, mas pelo que lembrava o último encontro entre a dupla de autoridades ocorreu na época em que Powell assumiu o comando do Fed.

Sanders ainda defendeu a decisão de Trump de mudar a embaixada em Israel de Tel-Aviv para Jerusalém. Segundo a porta-voz, essa é uma promessa antiga dos presidentes americanos, que nunca havia sido cumprida.

Acompanhe tudo sobre:Donald TrumpEleições americanasEscândalosEstados Unidos (EUA)

Mais de Mundo

Manifestação reúne milhares em Valencia contra gestão de inundações

Biden receberá Trump na Casa Branca para iniciar transição histórica

Incêndio devastador ameaça mais de 11 mil construções na Califórnia

Justiça dos EUA acusa Irã de conspirar assassinato de Trump; Teerã rebate: 'totalmente infundado'