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'Trump na defensiva' e 'Kamala ágil': como a mídia internacional viu o debate nos EUA

Candidata democrata foi bem avaliada por conseguir dar o tom no encontro com o republicano

Ao final de sua última fala, Kamala pediu outro debate, algo que Trump ainda não deu pistas se vai aceitar (AFP)

Ao final de sua última fala, Kamala pediu outro debate, algo que Trump ainda não deu pistas se vai aceitar (AFP)

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter colaborador

Publicado em 11 de setembro de 2024 às 07h59.

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O primeiro debate entre Donald Trump e Kamala Harris na disputa pela presidência dos EUA repercutiu em grandes veículos de mídia internacional.

Para a Reuters, Kamala Harris colocou Donald Trump "na defensiva em um debate presidencial combativo com uma série de ataques à sua aptidão para o cargo, seu apoio às restrições ao aborto e seus inúmeros problemas legais". Para a agência, a ex-promotora da Califórnia controlou o debate desde o início, irritando seu rival repetidamente, o obrigando a dar uma série de réplicas cheia de mentiras, como aquela que gerou a maior repercussão deste debate: de que imigrantes em Springfield, Ohio, estão comendo animais de estimação. O boato que circuclou nas redes sociais foi amplificado pelo candidato a vice-presidente de Trump, senador JD Vance.

A Bloomberg destacou o posicionamento de Harris para lidar com questões delicadas, como imigração. "Ela foi ágil e consegui direcionar a discussão para destacar o comportamento de Trump e seu histórico, em vez de mostrar sua agenda política ainda não totalmente formada". A agência também destacou que a candidata democrata conseguiu dar mais o tom do encontro do que o republicano, mesmo Trump dizendo que este foi o debate em que teve "a melhor performance da sua vida".

O britânico The Guardian lembrou dos ataques de Trump contra Kamala e o governo de Joe Biden, principalmente na imigração e na economia. Destacou quando o republicano classificou Kamala como "marxista"e fez alegações infundadas de que e os democratas querem "executar o bebê" permitindo abortos no nono mês de gravidez.

Essa falsa alegação foi corrigida por Harris e pela âncora da ABC News, Linsey Davis, que se juntou a seu colega moderador David Muir para verificar alguns dos fatos das declarações de Trump ao longo da noite. Harris então fez uma repreensão mordaz ao histórico de Trump sobre aborto, criticando-o por nomear três dos juízes da Suprema Corte que decidiram anular em 2022 0 caso Roe contra Wade - um litígio judicial ocorrido em 1973 no qual a Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu que a Constituição deveria proteger a liberdade individual das mulheres grávidas e de garantir-lhes a opção de fazer um aborto sem qualquer restrição do governo.

Outro britânico, o Financial Times, disse que Kamala Harris venceu o debate. "Se havia alguma dúvida de que Kamala Harris poderia enfrentar Donald Trump, elas foram dissipadas em seu primeiro encontro. O fato de Harris ter encerrado o debate pedindo outro falou muito. Veremos se Trump arrisca um segundo encontro nos próximos 55 dias até a eleição", apontou Edward Luce, do jornal. Segundo o jornalista, "até mesmo alguns especialistas da Fox News disseram que foi uma noite ruim para Trump. Se o eleitor médio dos EUA concordará é outra questão. Hillary Clinton foi considerada vencedora de seus confrontos com Trump em 2016. Isso não a salvou nas urnas".

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