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Trump já pensava em demitir ex-diretor do FBI, diz porta-voz

O desligamento de Comey ocorreu no momento em que o chefe do FBI investigava as relações da campanha eleitoral de Trump com a Rússia

Trump: "Comey cometeu diversos erros, atrocidades e Trump foi perdendo a confiança nele. O presidente decidiu ontem pela demissão, mas já queria há muito tempo fazer isso" (Carlos Barria/Reuters)

Trump: "Comey cometeu diversos erros, atrocidades e Trump foi perdendo a confiança nele. O presidente decidiu ontem pela demissão, mas já queria há muito tempo fazer isso" (Carlos Barria/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 10 de maio de 2017 às 17h25.

São Paulo - O governo dos Estados Unidos afirmou que o motivo da demissão de James Comey do cargo de chefe do FBI foi a "perda de confiança" nos últimos meses, assim como o Departamento de Justiça, afirmou a vice-secretária de Imprensa da Casa Branca, Susan Sanders, nesta tarde em coletiva de imprensa.

Sanders afirmou que o presidente americano Donald Trump já pensava em demitir Comey "há meses", desde o dia em que foi eleito para o cargo.

O desligamento de Comey ocorreu no momento em que o chefe do FBI investigava as relações da campanha eleitoral de Trump com a Rússia e uma possível interferência do país no resultado das votações.

"Comey cometeu diversos erros, atrocidades e Trump foi perdendo a confiança nele. O presidente decidiu ontem pela demissão, mas já queria há muito tempo fazer isso", disse Sanders.

A vice-porta-voz, que falou no lugar de Sean Spicer, ainda declarou que o governo "encoraja" o FBI a continuar realizando as investigações sobre a Rússia e que a questão "é uma entre muitas" que a agência federal analisa, não sendo a mais fundamental. "Vamos seguir em frente, deixar essa questão", afirmou.

Trump afirmou mais cedo que Comey falou três vezes a ele que seu nome não estava sob investigação na questão da Rússia. Questionada sobre quando o ex-diretor do FBI teria conversado com Trump, Sanders não quis divulgar datas nem comentar o fato.

Sanders ainda disse que o governo está "surpreso" com a reação do público sobre a demissão, e que está "chocada" que os democratas não estão comemorando o fato.

Comey foi o responsável, dias antes das eleições presidenciais no ano passado, a divulgar que o FBI estava reabrindo as investigações sobre Hillary Clinton ter usado um servidor de e-mail particular para tratar de assuntos confidenciais quando era Secretária de Estado do governo de Barack Obama.

Muitos democratas acreditam que a notícia foi determinante para a vitória de Trump nas eleições.

Segundo Sanders, o "ultraje" dos democratas com a demissão é "hipocrisia", pois se Clinton tivesse ganhado as eleições ela já teria demitido Comey.

Mais tarde, Trump usou o Twitter para passar mensagem similar: "Os democratas estão reclamando há meses sobre o diretor Comey. Agora que ele foi demitido eles FINGEM estarem incomodados. Falsos hipócritas!", escreveu o presidente.

Ainda sobre Comey, Sanders afirmou que a demissão seguiu o protocolo oficial. No entanto, o então diretor do FBI afirmou que ficou sabendo de seu desligamento pelas notícias na televisão.

O Comitê de Inteligência do Senado convidou Comey para participar de um painel sobre a investigação sobre a Rússia no dia 16 de maio, em um evento que deve ocorrer à portas fechadas.

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