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Trump assina ordens impondo tarifas de 25% para México e Canadá e 10% para a China

Movimento é o primeiro mais agressivo do presidente americano em relação a tarifas e pode provocar retaliações dos países envolvidos

Segundo a Casa Branca, a decisão reforça o compromisso de Trump com a redução do déficit comercial e a valorização da produção nacional (AFP)

Segundo a Casa Branca, a decisão reforça o compromisso de Trump com a redução do déficit comercial e a valorização da produção nacional (AFP)

Sofia Schuck
Sofia Schuck

Repórter de ESG

Publicado em 1 de fevereiro de 2025 às 19h43.

Última atualização em 1 de fevereiro de 2025 às 20h06.

O presidente dos Estados Unidos Donald Trump assinou hoje à tarde três ordens executivas impondo tarifas extras para Canadá, México e China, no seu primeiro movimento mais agressivo em relação às políticas comerciais que ventilou ao longo de toda sua campanha.

O Canadá e o México passarão a ter tarifas de 25% sobre as mercadorias. A China terá tarifas extras de 10%. Atualmente, o Canadá e o México fazem parte de um acordo de livre-comércio com os EUA, que isenta de tarifas de importação os produtos que circulam entre eles, com algumas regras, como cotas para alguns itens.

Com isso, a ampla maioria dos produtos mexicanos e canadenses entra nos Estados Unidos com tarifas zeradas ou de menos de 1%, segundo levantamento do Peterson Institute.

Os três países afetados pelas tarifas de Trump representam mais de um terço do total das importações americanas. Os governos dos três prometeram retaliações, o que poderá dar início a uma guerra comercial de grandes proporções.

Segundo a Casa Branca, a decisão reforça o compromisso de Trump com a redução do déficit comercial e a valorização da produção nacional. O porta-voz do governo afirmou que as novas tarifas buscam corrigir práticas consideradas desleais e combater a concorrência que prejudica os trabalhadores americanos.

As tarifas incluem sobretaxas sobre aço e alumínio do Canadá e do México, além de um novo conjunto de restrições contra produtos chineses, ampliando as barreiras já impostas em seu primeiro mandato. O impacto da medida pode gerar retaliações dos países atingidos, aprofundando as tensões comerciais com aliados e adversários.

Empresários americanos e associações comerciais criticaram a decisão, argumentando que a imposição de tarifas pode resultar no aumento dos preços para consumidores e dificultar o acesso a insumos essenciais para diversas indústrias. Estudo do Peterson Institute mostra que o aumento de preços vindo da taxação pode chegar a 1,2% no geral, mas com impacto importante em itens básicos, como gasolina nos postos. Ainda assim, o governo insiste que a estratégia fortalecerá a economia doméstica.

A China já sinalizou que pode responder à sanção com novas restrições a produtos americanos. No México, o governo avalia medidas para minimizar os impactos sobre sua indústria e negociações com Washington não estão descartadas. O Canadá também manifestou preocupação com a decisão e pode adotar tarifas em resposta.

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