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Trump freia programas de Michelle Obama para nutrição e educação

Um dos programas era destinado a melhorar a nutrição infantil, enquanto o outro visava a educação das meninas em todo o mundo

Michelle Obama: o novo secretário de Agricultura anunciou que congelará a implementação dos padrões impostos pelo ex-presidente (Kevin Dietsch/Pool/Getty Images)

Michelle Obama: o novo secretário de Agricultura anunciou que congelará a implementação dos padrões impostos pelo ex-presidente (Kevin Dietsch/Pool/Getty Images)

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EFE

Publicado em 2 de maio de 2017 às 09h14.

Washington - O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deu passos nesta segunda-feira para desmantelar parte de dois programas impulsionados pela ex-primeira-dama Michelle Obama durante o mandato de seu marido, um destinado a melhorar a nutrição infantil e outro dedicado à educação das meninas em todo o mundo.

Sonny Perdue, o novo secretário de Agricultura, anunciou hoje que seu departamento congelará a implementação dos padrões impostos pelo ex-presidente Barack Obama para os programas de almoços escolares financiados pelo governo federal.

As normas impulsionadas por Obama exigem que as escolas sirvam mais comida integral e frutas e verduras frescas a milhões de crianças, além de limitar as quantidades de sódio e eliminar as gorduras saturadas nos cardápios.

A ordem assinada por Perdue procura "dar uma maior flexibilidade" às escolas, ao atrasar até 2020 a imposição de limites ao sódio nos menus escolares, e ao conceder exceções àqueles centros que não queiram adaptar-se à exigência de servir alimentos com cereais integrais.

Até agora, o máximo de sódio nos menus escolares é de 1.230 miligramas para a educação básica, 1.360 miligramas para o ensino médio e 1.420 para o superior.

A previsão era que no próximo julho esses limites fossem reduzidos para 935, 1.035 e 1.080 miligramas, respectivamente, mas a nova diretriz adia esse processo em até três anos.

A mudança responde, segundo Perdue, às queixas de muitos administradores de refeitórios escolares, que sustentam que as novas exigências faziam com que os almoços atraíssem menos as crianças e aumentassem o desperdício de alimentos, que também ficaram mais caros.

"Se as crianças não estão comendo a comida, e ela acaba no lixo, não estão obtendo nenhuma nutrição, e isso vai contra o propósito do programa", disse Perdue em um comunicado.

As mudanças nos menus escolares foram impulsionadas por Michelle Obama, que em 2010 lançou seu programa "Let's move" ("Vamos nos mexer") para mudar os costumes alimentares das crianças, em um país onde, por exemplo, dispararam os casos de diabetes infantil por causa da ingestão de fast food e bebidas doces.

Por outra parte, as autoridades pediram aos funcionários do Corpo de Paz dos EUA, uma agência federal que coordena esforços de voluntariado no exterior, que deixem de usar o nome de outra iniciativa da ex-primeira-dama, chamada "Let Girls Learn" ("Deixem as meninas aprender").

Esse programa, lançado em 2015, tinha como objetivo dar acesso à educação a 62 milhões de meninas e adolescentes em todo o mundo que não frequentam a escola, o que as tornam mais vulneráveis a doenças, casamentos forçados e outras formas de violência.

"A partir de agora, não continuaremos usando a marca 'Let Girls Learn' nem manteremos um programa único" para fomentar a educação das meninas no exterior, destacou a diretora interina do Corpo de Paz, Sheila Crowley, em um e-mail a seus funcionários obtido pela emissora de televisão "CNN".

"Todos estamos orgulhosos do que o 'Let Girls Learn' conseguiu e agradecemos a vocês por seu sucesso", acrescentou a mensagem.

Em um comunicado, o Corpo de Paz salientou que, apesar do fim do programa, essa agência continuará com seus esforços para "transformar a educação das meninas em uma prioridade".

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