Protesto: a presença do magnata atraiu um discreto protesto, principalmente de trabalhadores e dirigentes sindicais (Jonathan Ernst/Reuters)
AFP
Publicado em 26 de outubro de 2016 às 18h45.
A apenas 13 dias de os americanos escolherem o novo presidente de seu país, o candidato republicano, Donald Trump, tirou uma folga da campanha nesta quarta-feira para promover seu novo hotel em Washington, localizado não muito longe da Casa Branca.
O Hotel Internacional Trump - situado no número 1100 da Avenida Pensilvânia, no antigo prédio dos Correios - foi parcialmente inaugurado no dia 12 de setembro, quando o magnata multimilionário de Manhattan festejou com alarde.
Na ocasião, apenas uma parte do hotel estava em operação, e vários andares continuavam em reforma.
Na presença de vários convidados "VIP", como o ex-presidente da Câmara dos Representantes, Newt Gingrich, e de jornalistas, Trump presumiu que o hotel foi concluído "antes do previsto" e "com menor orçamento" que o planejado, sem dar números concretos.
"Este dia é uma metáfora dos que podemos conseguir para o país", disse Trump, com seus filhos Don Jr., Eric e Ivanka, todos executivos da Trump Organization.
"Simplesmente nada funciona", disse, alfinetando o governo federal, antes de atacar sua adversária, a democrata Hillary Clinton.
Após um processo de licitação, em 2012, o governo entregou a Trump os direitos para reformar o antigo escritório dos Correios, construído em 1899. O contrato estipula que o hotel precisa ser aberto em 2016.
Trump recebeu a cessão do imóvel por 60 anos em troca do compromisso de investir 200 milhões de dólares no edifício de granito e aço, localizado apenas 10 minutos a pé da Casa Branca sobre a monumental Pennsylvania Avenue, que conecta a sede do poder executivo ao Capitólio.
A presença do magnata atraiu um discreto protesto, principalmente de trabalhadores e dirigentes sindicais que denunciam a ofensiva judicial de Trump contra um sindicato de funcionários de outros de seus hotéis em Las Vegas (Nevada, oeste).
"Se uma pessoa se orgulha do quanto ama a classe trabalhadora (...) e quer ser o presidente democrático de uma república respeitosa da lei, é absurdo e muito problemático que não esteja disposto a reconhecer seus próprios trabalhadores, que o torna rico todos os dias", disse à AFP Yoel Bitrán, um chileno-americano de 26 anos.
Na frente do luxuoso hotel de 263 quartos, com o nome de Trump estampado na entrada em letras douradas, dezenas de manifestantes erguiam cartazes pedindo um boicote às instalações.
"Parem com a guerra contra os trabalhadores", pediam.