Donald Trump, ex-presidente dos EUA, durante comício na Flórida (Joe Raedle/AFP)
Agência de notícias
Publicado em 10 de julho de 2024 às 16h22.
O republicano Donald Trump está em busca de um candidato a vice-presidente competente e leal para as eleições de novembro, preferencialmente alguém que não o ofusque.
Poderá nomear o influente senador cubano-americano da Flórida, Marco Rubio? Ou talvez o governador de Dakota do Norte, Doug Burgum, ou ainda o jovem autor de best-sellers J.D. Vance, bastante popular no Congresso?
Sempre que questionada sobre o assunto, a equipe de Trump se refere à breve declaração de Brian Hughes, um de seus assessores: "Qualquer um que diga saber quem Donald Trump escolherá como vice-presidente, ou quando, está mentindo. A menos que essa pessoa se chame Donald Trump".
A escolha de Donald Trump, de 78 anos, está cercada de especulações. O nome era esperado antes da convenção republicana que ocorrerá em Milwaukee, entre os dias 15 e 18 de julho, na qual a chapa presidencial será oficialmente confirmada pelo partido, mas os republicanos preferiram manter o foco no debate em torno da saúde do presidente Joe Biden, de 81 anos.
O candidato republicano tem sido bastante discreto sobre seu potencial vice-presidente ideal. "Será um grande vice-presidente", limitou-se a dizer na segunda-feira, 10, à Fox News, antes de enumerar as qualidades que busca em um futuro ocupante do cargo.
É necessário "alguém que nos ajude a vencer", disse o bilionário republicano, ou seja, alguém que ajude a ampliar sua base de eleitores. Mas também "alguém capaz de realizar um excelente trabalho como presidente".
Nos Estados Unidos, o cargo de vice-presidente é visto principalmente como substituto do titular em caso de morte ou renúncia. Nove vice-presidentes chegaram à presidência nessas circunstâncias. Os mais recentes foram Lyndon Johnson, após o assassinato de John F. Kennedy, e Gerald Ford, depois da renúncia de Richard Nixon devido ao escândalo Watergate.
Alguns optaram por buscar a presidência após seus mandatos, como Joe Biden, que foi vice de Barack Obama.
Além disso, o cargo, conforme descrito na Constituição, é extremamente limitado. John Adams, o primeiro vice-presidente dos Estados Unidos, reclamou amargamente de seu destino em uma carta à sua esposa Abigail em 1793: "Meu país, em sua infinita sabedoria, me designou para o cargo mais insignificante já imaginado pelo homem".
A função evoluiu com o tempo e hoje equivale a ser uma "espécie de conselheiro multifuncional" para o ocupante da Casa Branca, explicou Joel Goldstein, professor da Universidade de Saint Louis, à AFP. A atual vice-presidente, Kamala Harris, lida principalmente com questões como o direito ao aborto e imigração. Seu caso desperta grande interesse devido à idade do presidente Biden.
Os poderes do vice-presidente dependem muito da personalidade do presidente, observa Goldstein. "E é difícil imaginar Trump permitindo que alguém roube seu protagonismo", garante.
Mas talvez a qualidade que Trump valorize acima de tudo seja a lealdade. Seu ex-vice-presidente Mike Pence jurou lealdade absoluta ao republicano, mas em 6 de janeiro de 2021 se recusou a bloquear a validação da vitória de Biden pelo Congresso, indo contra as ordens de Trump.
Os apoiadores de Trump agora veem Pence como um traidor, e Trump descartou completamente escolhê-lo novamente como companheiro de chapa.