Mundo

Trump faz latinos baterem recorde de registro eleitoral

O candidato colocou a deportação de imigrantes sem documentos e a construção de um muro na fronteira com o México no centro de sua plataforma.


	Trump: sua retórica estimulou uma reação de hispânicos em todo o país
 (Kamil Krzaczynski / Reuters)

Trump: sua retórica estimulou uma reação de hispânicos em todo o país (Kamil Krzaczynski / Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 15 de maio de 2016 às 09h30.

Washington - Ana Larios trocou El Salvador pelos Estados Unidos em 1992, mas só no ano passado decidiu pedir a cidadania americana. Sua principal motivação foi o desejo de participar das eleições presidenciais de novembro, nas quais pretende votar em Hillary Clinton. Mais do que uma opção pela democrata, sua escolha é uma rejeição ao republicano Donald Trump.

O candidato colocou a deportação de imigrantes sem documentos e a construção de um muro na fronteira com o México no centro de sua plataforma.

A retórica estimulou uma reação de hispânicos em todo o país, com aumento no registro de eleitores e nos pedidos de naturalização - o primeiro passo para o exercício do direito ao voto. Nos seis meses encerrados em janeiro, o número de processos de cidadania subiu 14,5% em relação a igual período do ano anterior.

Os latinos são a parcela do eleitorado americano que cresce mais rapidamente e poderão ser decisivos para na disputa entre Trump e a provável candidata democrata. No ano 2000, eles representaram 7% dos que foram às urnas. Na reeleição de Barack Obama, em 2012, já eram 11%. A previsão é de que o porcentual chegue a 12% nas eleições de novembro.

Adrian Pantoja, analista sênior da empresa de pesquisas Latino Decisions, disse ao Estado que o voto latino foi um dos principais fatores que garantiram a vitória de Obama em 2008 e 2012, ao definir a eleição na Flórida, Nevada e Colorado.

Esses são alguns dos chamados "swing states", que se alternam entre os dois partidos que dominam a política americana. Nas eleições presidenciais de 2000 e 2004, os republicanos ganharam nos três Estados.

Dados do Pew Research Group indicam que o eleitorado de 2016 será o mais diverso da história dos EUA, com 31% de participação de negros, hispânicos, asiáticos e outras minorias - um aumento de 2 pontos porcentuais em relação à disputa de 2012. No ano 2000, quando George W. Bush venceu o democrata Al Gore, os brancos eram 78% do eleitores. Agora, devem ser 69%.

Em 2012, Obama teve mais de dois terços dos votos entre as minorias que compõem o eleitorado americano: hispânicos (71%), negros (93%) e asiáticos (73%). Entre os brancos, apenas 39% optaram pelo atual presidente dos EUA. Seu adversário republicano, Mitt Romney, conquistou 59% dessa parcela do eleitorado.

Se os mesmos porcentuais forem mantidos na eleição de novembro, Trump terá de conquistar no mínimo 63% do voto branco para vencer. Mas Pantoja considera pouco provável que o candidato repita os 27% de seguidores hispânicos que optaram por Romney. Em sua estimativa, o porcentual ficará pouco acima de 20%, o que ampliará a parcela de votos brancos que o republicano terá de conquistar. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:CelebridadesDonald TrumpEleições americanasEmpresáriosEstados Unidos (EUA)Países ricos

Mais de Mundo

Eleições no Uruguai: 5 curiosidades sobre o país que vai às urnas no domingo

Quais países têm salário mínimo? Veja quanto cada país paga

Há chance real de guerra da Ucrânia acabar em 2025, diz líder da Conferência de Segurança de Munique

Trump escolhe bilionário Scott Bessent para secretário do Tesouro