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Trump faz 1º comício a céu aberto na Carolina do Norte após tentativa de assassinato

Em evento de campanha no estado-chave, magnata falará atrás de painéis de vidro à prova de balas

Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos (JEFF KOWALSKY /AFP)

Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos (JEFF KOWALSKY /AFP)

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Agência de notícias

Publicado em 21 de agosto de 2024 às 15h46.

Última atualização em 21 de agosto de 2024 às 17h51.

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O ex-presidente e atual candidato à Presidência pelo Partido Republicano Donald Trump fará seu primeiro comício a céu aberto desde que foi alvo de um atentado durante um comício eleitoral em Butler, na Pensilvânia, no dia 13 de julho. O evento desta quarta-feira ocorrerá em Asheboro, na Carolina do Norte, estado-chave na corrida à Casa Branca, e Trump falará atrás de painéis de vidro à prova de balas, instalados ao redor do pódio.

O Serviço Secreto recomendou que o republicano se restringisse a locais fechados mais facilmente controláveis, como arenas esportivas, desde que foi alvo de disparos enquanto discursava há um mês. O atentado contra a vida de Trump deixou um homem morto, e o autor do atentado foi alvejado por um atirador de elite do Serviço Secreto. O ataque também culminou na renúncia da diretora do Serviço Secreto, Kimberly Cheatle. Desde então, o magnata compareceu a cerca de uma dúzia de eventos em locais fechados.

A agência não comenta publicamente sobre operações de segurança e não respondeu aos pedidos de comentários sobre os preparativos desta quarta-feira. Logo após seu candidato a vice-presidente J.D. Vance, o magnata subirá ao palco em um museu de aviação, falando sobre suas políticas de segurança nacional em um cenário de aviões de guerra antigos.

Trump subiu ao palco ovacionado por seus apoiadores depois de ser convocado por Vance, que discursou momentos antes. Abriu seu discurso acusando a administração do presidente Joe Biden de ter inventado milhares de vagas de trabalho, e voltou a acusar a vice-presidente e candidata à Presidência pelo Partido Democrata Kamala Harris de ser extremista, estratégia usada por sua campanha.

Vance, que subiu ao palco pontualmente, falou sobre esperança, em uma tentativa de espelhar a mensagem e energia dos democratas durante a segunda noite da sua Convenção Nacional, principalmente o casal Barack e Michelle Obama, as estrelas da noite. Ele também fez ataques a Tim Walz, companheiro de chapa de Kamala Harris, alegando que o governador de Minnesota ministrou uma aula na China e visitou o país com frequência. Walz foi professor de escola pública.

O candidato a vice de Trump classificou Walz como stolen valor sidekick, termo em inglês para indivíduos que mentem sobre o serviço militar ou o tempo que prestaram às Forças Armadas. A declaração de Vance foi feita no mesmo dia em que a campanha de Trump distribuiu uma carta aberta assinada por legisladores republicanos que acusa o governador de "abandonar" seus colegas militares por se aposentar do Exército antes de sua unidade ser enviada ao exterior, no mais recente esforço da campanha republicana para desacreditar o serviço militar de Walz.

A carta acusou o governador de "mentir ao longo de uma carreira política lançada com base em um título que não conquistou e em missões de combate das quais não participou”, afirmou o documento. Walz entrou para a Guarda Nacional do Exercito aos 17 anos e serviu por 24, ascendendo ao posto de sargento-mor de comando. Ele se candidatou ao Congresso em 2005, meses antes de sua unidade ser notificada de que poderia ser enviada ao Iraque.

Disputa por multidões

O evento desta quarta-feira pode ser uma chance para Trump, de 78 anos, recuperar seu domínio de longa data na realização de comícios espetaculares. As multidões são parte integrante da marca política de Trump, na qual o magnata de direita procura se apresentar como um forasteiro e homem do povo. Mesmo como presidente, ele manteve uma agenda constante de comícios no estilo eleitoral, muitas vezes enchendo arenas esportivas com pelo menos 10 mil pessoas.

Ele contava com essas demonstrações de força como uma arma fundamental em seu plano para fazer com que o presidente Joe Biden, cujos eventos públicos são geralmente discretos e relativamente pequenos, parecesse ineficaz. No entanto, a estratégia de Trump foi derrubada em 21 de julho, quando Biden, de 81 anos, desistiu abruptamente de sua candidatura à reeleição e endossou sua vice-presidente mais jovem, Kamala Harris, como o futuro do Partido Democrata.

A explosão imediata do apoio democrata a Kamala surpreendeu a campanha de Trump. E em nenhum outro lugar a mudança no ímpeto é mais visível do que na capacidade da vice, de 59 anos, de lotar estádios.

Kamala está constantemente lotando locais com mais de 10 mil pessoas. Na noite de terça-feira, os apoiadores lotaram a Convenção Nacional Democrata em Chicago, enquanto ela organizou um comício em massa em Milwaukee. Em uma clara provocação a Trump, seu evento no estado foi realizado exatamente na mesma arena que os republicanos usaram para sua convenção em julho. Segundo a campanha de Kamala, mais de 18 mil pessoas compareceram ao evento, 3 mil pessoas a mais do número divulgado pela campanha na noite anterior.

A Carolina do Norte é um dos poucos estados decisivos que devem determinar o resultado da eleição de 5 de novembro. As eleições presidenciais dos EUA não são decididas por uma votação nacional geral, mas por estado a estado, com cada estado valendo quantidades variadas de votos do Colégio Eleitoral e o candidato vencedor precisando obter a maioria.

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