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Trump explorou negócios em Cuba em 1998, diz revista

De acordo com o artigo, a companhia Trump Hotels gastou pelo menos US$ 68 mil para explorar oportunidades de negócios com o regime de Fidel Castro


	Trump: naquele momento, todos os investimentos na ilha sem aprovação expressa do governo americano eram ilegais
 (Lucas Jackson / Reuters)

Trump: naquele momento, todos os investimentos na ilha sem aprovação expressa do governo americano eram ilegais (Lucas Jackson / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 29 de setembro de 2016 às 16h15.

Washington - O candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, explorou oportunidades de negócios em Cuba em 1998 através de uma empresa de consultoria para burlar o embargo que proibia investimentos americanos na ilha, denunciou nesta quinta-feira a revista "Newsweek".

De acordo com o artigo, que ocupa a capa da revista, a companhia Trump Hotels gastou pelo menos US$ 68 mil para explorar oportunidades de negócios com o regime de Fidel Castro, utilizando uma empresa de consultoria e ocultando os motivos, alegando justificativas humanitárias.

Naquele momento, todos os investimentos na ilha sem aprovação expressa do governo americano eram ilegais.

O artigo da revista americana se baseia em documentos e declarações de antigos executivos da extinta empresa que era dirigida pelo magnata nova-iorquino.

Segundo a investigação, Trump utilizou a empresa de consultoria Seven Arrows Investment and Development para realizar a operação em Cuba e, posteriormente, ocultou o propósito real da missão ao alegar razões humanitárias.

Pouco depois daquele investimento, Trump, que naquela época dava seus primeiros passos na política, fez um discurso para a comunidade cubano-americana em Miami, no qual criticou Fidel Castro e disse que não investiria um dólar sequer em Cuba se não houvesse uma mudança de regime.

O candidato republicano esteve naquele encontro com a Fundação Cubano-Americana como candidato presidencial pelo Partido da Reforma e prometeu que não suspenderia o embargo e que não promoveria investimentos na ilha sem a saída de Castro.

Fontes do Departamento do Tesouro afirmaram para a publicação que, apesar de não poderem provar categoricamente que a empresa de Trump não recebeu autorização para investir em Cuba, as chances de que um cassino americano tentasse investir dinheiro na ilha eram "basicamente zero".

A missão exploratória da Trump Hotels ocorreu em um momento em que aumentavam as pressões para o relaxamento das sanções econômicas sobre a ilha, algo que acabou ocorrendo apenas sob a presidência do democrata Barack Obama, que normalizou as relações diplomáticas e suavizou as sanções sobre Cuba.

De acordo com antigos executivos da empresa de Trump, que falaram em condição de anonimato com a "Newsweek", várias empresas europeias queriam explorar negócios em Cuba com a Trump Hotels.

Após o acordo com a empresa de consultoria, representantes da Seven Arrows se reuniram com funcionários cubanos, banqueiros e empresários para explorar possibilidades de negócios para que assim pudessem se antecipar ao que parecia ser o início da abertura entre Cuba e EUA.

O fato de que a Trump Hotels reembolsasse os gastos da Seven Arrows após a viagem era ilegal naquele momento e poderia ter levado a uma investigação profunda do Departamento de Justiça.

Os documentos internos consultados pela "Newsweek" indicam que os executivos da Trump Hotels ventilaram, depois da viagem, esconder os gastos de consultoria alegando motivações filantrópicas e, para isso, cogitaram utilizar a organização Cáritas Cuba.

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