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Trump evita resposta sobre apoio a plano de dois estados no Oriente médio

No sábado, Trump delineou sua visão para Gaza, defendendo a "limpeza" da região ao realocar os palestinos para outros países

A proposta foi rapidamente condenada por países do Oriente Médio e pela União Europeia ( Jim WATSON/AFP)

A proposta foi rapidamente condenada por países do Oriente Médio e pela União Europeia ( Jim WATSON/AFP)

Agência o Globo
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Publicado em 28 de janeiro de 2025 às 11h18.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a se posicionar sobre o conflito entre Israel e Palestina, defendendo a ideia de retirar os palestinos da Faixa de Gaza e realocá-los para Egito e Jordânia. Questionado sobre o apoio a uma solução de dois Estados, Trump evitou responder diretamente, afirmando apenas que debaterá o tema com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, em breve:

"Ele está vindo aqui para se encontrar comigo", disse Trump na segunda-feira, durante uma conversa com jornalistas a bordo do Air Force One.

Proposta gera reações internacionais

No sábado, Trump delineou sua visão para Gaza, defendendo a "limpeza" da região ao realocar os palestinos para outros países. Segundo o presidente americano, o objetivo é que os palestinos vivam em áreas "mais seguras" e "confortáveis"

"Quando você olha para a Faixa de Gaza, tem sido um inferno por tantos anos... Acredito que as pessoas poderiam viver em áreas muito mais seguras", afirmou.

A proposta foi rapidamente condenada por países do Oriente Médio e pela União Europeia, enquanto animou setores da extrema direita israelense. A Liga Árabe classificou a iniciativa como uma tentativa de "limpeza étnica".

O governo do Catar reafirmou seu apoio à solução de dois Estados e criticou a ideia de realocar palestinos. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores catari, Majed al-Ansari, declarou:
"Nossa posição sempre foi clara sobre a necessidade do povo palestino obter seus direitos e que a solução de dois Estados é o único caminho a seguir."

Já o governo egípcio, citado por Trump como parte do plano, negou conversas recentes com o presidente americano e rejeitou qualquer medida que viole os direitos inalienáveis dos palestinos sobre suas terras.

Cessar-fogo e reconstrução de Gaza

A guerra entre Israel e o Hamas, iniciada em outubro de 2023 após um ataque sem precedentes do grupo ao território israelense, deslocou quase todos os 2,4 milhões de habitantes da Faixa de Gaza. Com o cessar-fogo mediado por Estados Unidos, Egito e Catar, os moradores começaram a retornar ao norte do território, enfrentando a destruição provocada por 15 meses de conflito.

O cessar-fogo prevê a troca de reféns por prisioneiros. Na primeira fase, 33 reféns israelenses serão libertados pelo Hamas em troca de quase 1,9 mil prisioneiros palestinos. As negociações para as fases seguintes incluem a reconstrução de Gaza e a devolução dos corpos de reféns mortos em cativeiro.

Enquanto isso, a proposta de Trump de remover os palestinos de Gaza permanece como um ponto de discordância internacional, levantando debates sobre as implicações humanitárias e os caminhos para a paz na região.

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