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Trump estuda separar mães e filhos que cruzem fronteira do México

Parte da ideia por trás da proposta é evitar que mães tentem imigrar para os EUA com suas crianças, afirmou uma fonte do governo à Reuters

Presidente norte-americano Donald Trump (Kevin Lamarque/Reuters)

Presidente norte-americano Donald Trump (Kevin Lamarque/Reuters)

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Reuters

Publicado em 4 de março de 2017 às 15h04.

WASHINGTON - Mulheres e crianças que cruzem juntas e ilegalmente a fronteira do México com os Estados Unidos podem ser separadas por autoridades norte-americanas. É o que diz uma proposta que está sendo analisada pelo Departamento de Segurança Nacional norte-americano, de acordo com três autoridades do governo.

Parte da ideia por trás da proposta é evitar que mães tentem imigrar para os EUA com suas crianças, afirmou uma das fontes.

A proposta pode permitir que o governo detenha os pais enquanto eles contestam a deportação ou esperam pelas audiências de asilo. Já as crianças podem ser colocadas em custódia de proteção pelo Departamento de Saúde e Serviços Humanos, no "modo menos restritivo", até que possam ser levadas a um parente residente nos EUA ou um tutor escolhido pelo governo.

Atualmente, as famílias que contestam a deportação ou procuram asilo são rapidamente libertas da detenção e podem permanecer no país até que seus casos sejam resolvidos na Justiça. Decisão de um tribunal federal de apelações impede detenções prolongadas de crianças.

O presidente norte-americano, Donald Trump, prometeu o fim da política "prenda e solte", segundo a qual os imigrantes que cruzam ilegalmente a fronteira são livres para viver nos EUA até que seus processos legais sejam finalizados.

Duas autoridades que falaram com a Reuters receberam informações sobre a proposta no dia 2 de fevereiro, em encontro entre autoridades imigratórias e o chefe dos Serviços de Cidadania e Imigração dos EUA, John Lafferty.

Uma terceira autoridade, do Departamento de Segurança Nacional, afirmou que o órgão está considerando ativamente separar as mulheres de seus filhos, mas alertou que não há uma decisão sobre o assunto.

A Casa Branca e o Departamento de Saúde e Serviços Humanos não quiseram se manifestar.

Em comunicado enviado à Reuters, o Departamento de Segurança Nacional disse: "A viagem para o norte é perigosa, com muitas situações em que as crianças --trazidas pelos pais, parentes ou contrabandistas-- são frequentemente exploradas, abusadas ou até perdem suas vidas".

"Pensando na segurança, o Departamento de Segurança Nacional continua analisando opções que desencorajem aqueles que pensam em atravessar a fronteira", afirmou o comunicado.

O parlamentar democrata Henry Cuellar, do Texas, cujo distrito inclui cerca de 320 quilômetros da fronteira com o México, criticou duramente a proposta em comunicado: "Resumindo: separar mães e filhos é errado".

"Esse tipo de coisa é que faz a segurança da fronteira descambar para a violação dos direitos humanos", afirmou.

Cerca de 54 mil crianças e seus responsáveis foram presos entre 1º de outubro de 2016 e 31 de janeiro de 2017, mais do que o dobro em relação ao mesmo período anterior.

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