Mundo

Donald Trump se entrega à Justiça americana e fica sob custódia

Ex-presidente prestará depoimento sobre as acusações de ter ficado com documentos confidenciais após deixar a Casa Branca

Donald Trump: republicano, que já anunciou sua pré-candidatura para as eleições de 2024, é alvo de 37 acusações (James Devaney / Colaborador/Getty Images)

Donald Trump: republicano, que já anunciou sua pré-candidatura para as eleições de 2024, é alvo de 37 acusações (James Devaney / Colaborador/Getty Images)

Publicado em 13 de junho de 2023 às 15h57.

Última atualização em 13 de junho de 2023 às 16h32.

O ex-presidente Donald Trump está sob custódia da Justiça depois de se entregar às autoridades federais de Miami, nesta terça-feira, 13. Ele irá prestar depoimento sobre as acusações de ter ficado com documentos confidenciais após deixar a Casa Branca.

O republicano, que já anunciou sua pré-candidatura para as eleições de 2024, é alvo de 37 acusações, entre elas "retenção ilegal de informação relacionada com a segurança nacional", "obstrução da Justiça" e "falso testemunho"

Primeiro ex-presidente com acusação federal

Esta é a primeira vez que um ex-presidente americano é acusado em nível federal. Mas Trump já tinha sido denunciado por fraudes contábeis pela Justiça do estado de Nova York, devido a um pagamento feito antes das eleições presidenciais de 2016 para calar uma atriz de filmes pornô que diz ter sido sua amante.

Trump chegou em seu avião particular a Miami, onde se apresentará na terça às 15h locais (16h de Brasília) perante um tribunal federal. Segundo uma de suas advogadas, ele dirá que não é culpado.

Nos Estados Unidos, a legislação obriga os presidentes a enviarem todos os seus e-mails, cartas e outros documentos de trabalho aos Arquivos Nacionais e outra proíbe guardar segredos de Estado em locais não autorizados e inseguros.

Em janeiro de 2021, quando deixou a Casa Branca para ir morar em sua mansão em Mar-a-Lago, na Flórida, Donald Trump levou consigo dezenas de caixas cheias de arquivos. E, segundo a ata de acusação, fez o que pôde parar ficar com eles, apesar de a Justiça pedir que os devolvesse.

Desconhece-se o impacto que o caso terá em suas chances de se tornar o candidato republicano nas eleições presidenciais.

Muitos de seus apoiadores estão convencidos de que ele é vítima de um complô e o apoiam, mas não se descarta que o fato de os documentos estarem vinculados à segurança nacional possa prejudicá-lo.

Uma pesquisa recente do Instituto YouGov mostrou que apenas metade dos entrevistados considera grave falsificar documentos contábeis para comprar o silêncio de uma atriz pornô sobre um suposto caso.

Mas de dois terços dos entrevistados consideram que ter levado consigo documentos secretos de Defesa da Casa Branca e dificultado as tentativas das autoridades de recuperá-los é grave. Os problemas judiciais de Trump não se limitam a estes casos.

Um promotor da Geórgia vai anunciar até setembro o resultado de uma investigação sobre se Trump fez pressão para tentar alterar o resultado das eleições presidenciais de 2020, vencidas pelo democrata Joe Biden.

Em Miami, as autoridades reforçaram a segurança após convocações nas redes sociais a defender a Trump.

"Levamos este acontecimento extremamente a sério. Sabemos que coisas podem acontecer, inclusive o pior, mas não é o estilo de Miami", disse o chefe de polícia da cidade, Manuel Morales, durante coletiva de imprensa.

A segurança, formada por agentes locais e federais, está preparada para enfrentar multidões de 5 mil a 50 mil pessoas, acrescentou.

Após sua apresentação ao tribunal, o ex-presidente irá a Nova Jersey, onde fará um discurso à noite em seu clube de golfe de Bedminster.

(Com AFP)

Acompanhe tudo sobre:Donald TrumpPrisõesEstados Unidos (EUA)FBI

Mais de Mundo

Yamandú Orsi, da coalizão de esquerda, vence eleições no Uruguai, segundo projeções

Mercosul precisa de "injeção de dinamismo", diz opositor Orsi após votar no Uruguai

Governista Álvaro Delgado diz querer unidade nacional no Uruguai: "Presidente de todos"

Equipe de Trump já quer começar a trabalhar em 'acordo' sobre a Ucrânia