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Trump está disposto a se reunir com presidente do Irã

Tensões entre os Estados Unidos e o Irã aumentaram desde que Washington se retirou de acordo nuclear

Hasan Rohani: presidentes podem se encontrar durante assembleia geral da ONU (REUTERS/Fars News/Reuters)

Hasan Rohani: presidentes podem se encontrar durante assembleia geral da ONU (REUTERS/Fars News/Reuters)

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AFP

Publicado em 11 de setembro de 2019 às 09h34.

Última atualização em 11 de setembro de 2019 às 09h41.

O presidente Donald Trump está disposto a se reunir com o chefe de Estado iraniano, Hasan Rohani, "sem pré-condições", segundo membros do governo dos Estados Unidos, que anunciaram nesta terça-feira novas sanções econômicas contra Teerã.

A divulgação das novas medidas ocorreu horas depois de Trump demitir seu assessor de segurança nacional, John Bolton, que defendia uma linha de atuação mais dura em relação ao Irã.

"O presidente deixou claro que está disposto a se reunir sem pré-condições, mas estamos mantendo a campanha de pressão máxima" contra o Irã, disse o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, durante uma conferência de imprensa na Casa Branca.

Na mesma entrevista coletiva, o secretário de Estado, Mike Pompeo, respondeu "é claro" quando perguntado se Trump poderia se encontrar com Rohani no final deste mês, durante a Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova York.

As tensões entre os Estados Unidos e a República Islâmica, inimigos históricos, aumentaram desde que Washington se retirou em maio de 2018 do acordo internacional assinado três anos antes sobre o programa nuclear iraniano. Trump considerou o texto muito permissivo.

Embora Washington tenha restabelecido duras sanções que sufocam a economia iraniana, o presidente americano alterna entre uma posição mais firme e uma vontade de negociar com Teerã.

Trump havia considerado no início de setembro que uma reunião direta com Rohani era "possível" durante a Assembleia Geral da ONU, mas o presidente iraniano colocou como condição para o encontro a suspensão de todas as sanções contra seu país.

Acusações israelenses

Em um exemplo da campanha de "pressão máxima" mencionada por Mnuchin, o secretário do Tesouro e Pompeo anunciou nesta terça-feira novas sanções contra organizações iranianas ou parceiras do Irãconsideradas "terroristas", na véspera do 18º aniversário dos ataques do 11 de setembro.

O secretário de Estado acusou o Irã pouco antes de "possíveis atividades nucleares não declaradas" e criticou sua falta de cooperação com a Organização Internacional de Energia Atômica (Aiea).

"Vamos negar ao regime (iraniano) todas as vias para obter uma arma nuclear", disse Pompeo.

Na segunda-feira, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que o Irã, um forte inimigo de Israel, construiu e destruiu instalações utilizadas para fabricar armas nucleares.

Segundo Netanyahu, documentos iranianos obtidos por seu país revelaram a existência desse lugar estratégico.

Desde que Trump retirou os Estados Unidos do acordo nuclear assinado com o Irã e outras grandes potências (China, França, Rússia, Reino Unido e Alemanha), Teerã tem abandonado alguns dos compromissos firmados.

Por exemplo, na segunda-feira, a Aiea confirmou que Teerã instalou centrífugas e informou que solicitou ao governo iraniano para cooperar "totalmente" e respeitar o tratado de 2015.

A embaixadora americana na agência da ONU, Jackie Wolcott, pediu ao corpo de supervisão nuclear que desse "mais detalhes o mais rápido possível" sobre os problemas de cooperação enfrentados por seus especialistas no Irã.

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