Donald Trump: primeiro dia da cúpula do G20 ofereceu vislumbres de esperança para o progresso entre Washington e Pequim (Kevin Lamarque/Reuters)
Reuters
Publicado em 1 de dezembro de 2018 às 11h09.
Buenos Aires - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da China, Xi Jinping, encerrarão uma cúpula global neste sábado em meio a expectativas sobre conversas que devem determinar se podem começar a desarmar uma guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.
Com os Estados Unidos e a China presos a crescentes disputas sobre comércio e segurança, que levantaram questões sobre o futuro de seu relacionamento, Trump e Xi devem se sentar para jantar no final de uma reunião de dois dias de líderes mundiais em Buenos Aires.
O primeiro dia da cúpula do G20 ofereceu vislumbres de esperança para o progresso entre Washington e Pequim, apesar da ameaça anterior de novas tarifas feita por Trump, o que aumentaria as tensões que já pesam nos mercados financeiros globais.
Mas na véspera do que é vista como a reunião mais importante entre os líderes dos EUA e da China em anos, ambos os lados disseram que as diferenças permaneciam e que o resultado das negociações era incerto.
A cúpula deste ano provou ser um teste importante para o grupo dos 20 países industrializados, cujos líderes se encontraram pela primeira vez em 2008 para ajudar a resgatar a economia global da pior crise financeira em sete décadas.
Os mercados financeiros mundiais estão de olho em todos os desdobramentos e na possibilidade de algum compromisso ser firmado entre Trump e Xi. A reunião também será um teste da química pessoal entre os dois líderes.
Uma grande incógnita, no entanto, pode ser a imprevisibilidade pessoal de Trump e sua propensão de injetar drama em suas aparições no cenário mundial.
"Estamos trabalhando muito duro. Se pudermos fazer um acordo isso seria bom. Acho que eles querem. Acho que gostaríamos. Vamos ver", disse Trump, falando na sexta-feira durante uma reunião com o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe.
Uma autoridade do Ministério de Relações Exteriores da China disse em Buenos Aires que há sinais de um consenso crescente antes das discussões, mas que as diferenças persistiam.
Pequim espera convencer Trump a abandonar os planos de elevar as tarifas sobre 200 bilhões de dólares em produtos chineses para 25 por cento em janeiro, ante 10 por cento atualmente. Trump ameaçou ir adiante com o plano e, possivelmente, adicionar tarifas sobre 267 bilhões de dólares em importações se não houver progresso nas negociações.
Trump vem há muito tempo criticando o superávit comercial da China com os Estados Unidos e Washington acusa Pequim de não jogar de forma justa no comércio. Já a China vê protecionismo na postura dos Estados Unidos e tem resistido ao que considera tentativas de intimidação.
Os dois países também discordam sobre as extensas reivindicações da China no Mar do Sul da China e sobre os movimentos de navios de guerra dos EUA no Estreito de Taiwan.