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Trump é inimigo do Estado de Direito, diz juiz do Supremo chinês

Em artigo, o magistrado do Supremo afirmou que Trump mostra "falta de respeito com o sistema legal"

Donald Trump: juiz considera que o líder americano é "um vilão sem dignidade" (Mark Wilson/Getty Images)

Donald Trump: juiz considera que o líder americano é "um vilão sem dignidade" (Mark Wilson/Getty Images)

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EFE

Publicado em 7 de fevereiro de 2017 às 10h16.

Pequim - Um dos magistrados do Tribunal Popular Supremo da China, a máxima instância judicial do país, acusou Donald Trump de ser um "inimigo do Estado de Direito" pelas críticas ao juiz federal que bloqueou o veto migratório do presidente americano.

He Fan, de 39 anos, magistrado do Supremo, afirmou em artigo publicado em seu popular microblog que Trump mostra "falta de respeito com o sistema legal" e assegurou que o líder americano é "um vilão sem dignidade", segundo recolheu hoje a revista digital chinesa "Sixth Tone".

Com é habitual, Trump usou o Twitter para criticar o juiz federal James Robart por desautorizar seu polêmico veto aos imigrantes de sete países de maioria muçulmana, referindo-se a ele como um "suposto juiz" e assegurando que sua decisão tinha sido "ridícula" e por isso que seria cancelada.

Segundo o juiz chinês, um dos primeiros altos cargos do regime comunista que critica abertamente o novo presidente americano, seus ataques a Robart surpreendem "em um país que se considera a melhor das democracias".

"Mesmo quando a decisão não lhes satisfaz, os presidentes devem guardar sua opinião -acrescentou o magistrado chinês-, não podem fazer suas críticas em público, muito menos colocar um magistrado em seu ponto de mira".

He Fan publicou estas críticas em sua conta de microblog no "Wechat", uma popular rede social chinesa comparável ao Twitter, na qual costuma comentar atualidaes da Justiça dos Estados Unidos e onde tem mais de 200 mil seguidores.

A defesa do juiz chinês à independência judicial chamou a atenção também porque contradiz recentes declarações muito polêmicas de seu superior, o presidente do Supremo, Zhou Qiang, que criticou o sistema ocidental de separação de poderes.

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