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Trump é indicado ao Nobel da Paz por acordo entre Israel e Emirados Árabes

Parlamentar responsável pela indicação disse que Trump teve papel significativo no acordo que pode ser um "divisor de águas" no Oriente Médio

Donald Trump: presidente participou do acordo entre Israel e Emirados Árabes, considerado histórico na diplomacia (Mandel Ngan/AFP)

Donald Trump: presidente participou do acordo entre Israel e Emirados Árabes, considerado histórico na diplomacia (Mandel Ngan/AFP)

CR

Carolina Riveira

Publicado em 9 de setembro de 2020 às 09h15.

Última atualização em 9 de setembro de 2020 às 09h30.

O presidente americano, Donald Trump, foi indicado ao Nobel da Paz. A indicação foi feita pelo parlamentar Christian Tybring-Gjedde, do Parlamento da Noruega, que revelou seu voto no presidente americano.

A escolha de Trump, na visão do parlamentar, se deve a seu trabalho na costura do acordo de paz entre Emirados Árabes Unidos e Israel.

"Por seu mérito, eu acredito que ele fez mais para tentar criar paz entre as nações do que qualquer outro dos indicados ao prêmio da paz", disse Tybring-Gjedde em entrevista à rede de TV americana Fox News, que deu destaque à notícia em seu site na manhã desta quarta-feira, 9.

Em julho, Israel e Emirados Árabes chegaram a um acordo de paz histórico para normalizar as relações diplomáticas entre os dois países. Israel concordou em suspender a aplicação de soberania a áreas da Cisjordânia que vinha discutindo anexar.

Na ocasião, as autoridades descreveram as negociações, batizadas de “Acordos de Abraham“, como o primeiro desse tipo desde que Israel e Jordânia assinaram um tratado de paz em 1994. Desde então, as relações entre Israel e os vizinhos vinham se deteriorando.

Na justificativa entregue ao comitê do Nobel, Tybring-Gjedde escreveu que o acordo que Trump e os EUA ajudaram a fechar pode ser "um divisor de águas" na política do Oriente Médio. "Como é esperado que os outros países do Oriente Médio sigam os passos dos Emirados Árabes, o acordo pode ser um divisor de águas que transformará o Oriente Médio em uma região de cooperação e prosperidade."

O último presidente americano a ganhar um Nobel da Paz foi o antecessor de Trump, o democrata Barack Obama, que foi presidente entre 2009 e 2016.

Obama foi escolhido logo em seu primeiro ano de mandato, em 2009, por "seus esforços extraordinários para reforçar a diplomacia internacional e a cooperação entre os povos", segundo o Nobel. O comitê citou, em especial, as tentativas de acordo nuclear e os acordos do clima, além da capacidade de Obama de alcançar o mundo muçulmano.

Ao todo, quatro presidentes americanos ganharam o Nobel da Paz: além de Obama, receberam o prêmio Theodore Roosevelt, Woodrow Wilson e Jimmy Carter. Carter foi o único a ser escolhido só depois de terminar o mandato.

Em 2019, o ganhador do Nobel da Paz foi o primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed Ali. Ali foi premiado por ter conseguido um acordo de paz com a Eritreia em 2018, país que faz fronteira com a Etiópia. Tendo chegado ao poder aos 42 anos em 2018, ele é também o chefe de governo mais jovem da África.

O comitê responsável pelo Nobel não divulga oficialmente o nome dos outros nomeados. Somente o vencedor é conhecido na data da premiação. Neste ano, o Nobel da Paz 2020 será conhecido em 9 de outubro, mesma semana em que são entregues os demais prêmios.

O Nobel tem também prêmios anuais de física, de medicina, de química, de literatura e de economia.

Além de parlamentares da Noruega como Tybring-Gjedde, a indicação dos nomeados ao Nobel é feita por milhares de professores universitários, cientistas, políticos e antigos ganhadores do prêmio. O Nobel afirma que os responsáveis pela indicação são escolhidos de forma a garantir diversidade entre os países. Depois da indicação, a escolha do vencedor em si é feita por um comitê do Nobel.

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