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Trump e Biden visitam lugar de ato heroico no atentado de 11 de setembro

Candidatos vão a memorial em Shanksville, que homenageia passageiros de avião que lutaram contra terroristas e evitaram tragédia maior em 2001

Donald Trump (centro) em visita ao Memorial Nacional do Voo 93, em 2018: avião sequestrado por terroristas tinha como possível alvo o Capitólio, em Washington (Kevin Lamarque/Reuters)

Donald Trump (centro) em visita ao Memorial Nacional do Voo 93, em 2018: avião sequestrado por terroristas tinha como possível alvo o Capitólio, em Washington (Kevin Lamarque/Reuters)

Em campanha para a eleição presidencial de 3 de novembro, o republicano Donald Trump e o democrata Joe Biden escolheram um programa em comum para esta sexta-feira: visitar Shanksville, um distrito no condado de Somerset, na Pensilvânia, com população de apenas 218 habitantes, segundo o último censo. A localidade se tornou conhecida há exatos 19 anos, no dia 11 de setembro de 2001, quando ocorreu o maior atentado terrorista da história.

Um dos quatro aviões sequestrados pelos membros da organização fundamentalista islâmica Al-Qaeda caiu em campo aberto próximo a uma área arborizada de Shanksville, matando as 44 pessoas a bordo – dois pilotos, cinco comissários, 33 passageiros e quatro sequestradores. De acordo com as investigações, o avião tinha como destino a capital do país, Washington D.C. – o alvo, possivelmente, seria o Capitólio, a sede do Congresso americano.

Próximo ao local onde caiu o avião da United Airlines foi construído o Memorial Nacional do Voo 93, que homenageia as vítimas do atentado. Ali acontece hoje uma cerimônia, com início previsto para as 10h45 (horário de Brasília) e que será fechada ao público devido às restrições da pandemia. Não foram divulgados os detalhes da visita de Trump nem de Biden – não se sabe se os dois candidatos poderão se encontrar no local ou se farão as visitas em horários diferentes.

A última vez que Trump esteve no memorial em Shanksville foi em 2018. Biden visitou o local como vice-presidente em 2011 e 2012. Pensilvânia é um estado-chave na eleição americana, por ter um dos maiores colégios eleitorais (20 votos). Na eleição de 2016, Trump venceu a disputa no estado com uma vantagem de menos de 1 ponto percentual sobre a candidata democrata, Hillary Clinton. Neste ano, a última pesquisa de intenção de voto apontou que Biden tem 7 pontos percentuais de vantagem sobre Trump.

O avião que caiu perto de Shanksville em 11 de setembro de 2001 fazia o voo 93 da United Airlines entre Newark, em New Jersey, e São Francisco, na Califórnia. De acordo com os registros, às 9h28 da manhã daquele dia, 46 minutos depois da decolagem do aeroporto de Newark, os terroristas invadiram a cabine e assumiram o controle do avião, que sobrevoava a região de Cleveland, em Ohio. Os sequestradores mudaram o rumo do avião para o sul, em direção a Washington, e mantiveram todos os passageiros e tripulantes no fundo da aeronave. A essa altura, os passageiros já haviam tomado conhecimento de que dois aviões haviam se chocado contra as torres gêmeas do World Trade Center, em Nova York, e outro avião havia atingido a sede do Pentágono, no condado de Arlington, na Virgínia.

Ao se darem conta de que o avião em que estavam seria também usado em um atentado, os passageiros fizeram uma votação e decidiram lutar para retomar controle da aeronave. Às 9h57, eles tentaram invadir a cabine. Os terroristas reagiram dirigindo o avião em ziguezague, aparentemente tentando desequilibrar os passageiros. Às 10h03, o avião se chocou contra o solo nas proximidades de Shanksville, a mais de 900 quilômetros por hora.

O avião da United Airlines se encontrava a cerca de 20 minutos de distância de Washington. Naquele dia, o Capitólio, provável alvo dos terroristas, estava cheio porque havia sessões tanto no Senado quanto na Câmara dos Representantes. A ação de bravura dos passageiros e dos tripulantes evitou possivelmente a morte de centenas de pessoas.

Ao todo, os ataques de 11 de setembro de 2001 mataram quase 3.000 pessoas, incluindo todos os passageiros das quatro aeronaves, terroristas, bombeiros, funcionários do Pentágono e muitas pessoas que trabalhavam no World Trade Center. Em resposta ao atentado, que evidenciou pela primeira vez a vulnerabilidade da maior potência militar do mundo em seu próprio território, os Estados Unidos lideraram uma "guerra ao terrorismo", que levou à invasão do Afeganistão, em 2001, e do Iraque, em 2003, dois países acusados de apoiarem o Al-Qaeda.

O líder do grupo e mentor do atentado, Osama Bin Laden, foi capturado por um comando americano em 1º de maio de 2011, em uma região montanhosa perto de Islamabad, capital do Paquistão. Horas depois, o presidente Barack Obama fez um pronunciamento na Casa Branca anunciando que Bin Laden havia sido morto com um tiro na cabeça.

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