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Trump é acusado de querer demitir empregadas pela aparência

O jornal "Los Angeles Times" publicou nesta quinta-feira uma série de declarações de ex-funcionários


	Trump: essas acusações de machismo contra Trump são reveladas poucos dias após o primeiro debate presidencial
 (Carlos Barria / Reuters)

Trump: essas acusações de machismo contra Trump são reveladas poucos dias após o primeiro debate presidencial (Carlos Barria / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 29 de setembro de 2016 às 16h56.

Los Angeles - Ex-funcionários do Trump National Golf Club, da cidade californiana de Rancho Palos Verdes, afirmaram que o candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, só queria empregadas bonitas e defendia que as não atraentes fossem demitidas.

O jornal "Los Angeles Times" publicou nesta quinta-feira uma série de declarações de ex-funcionários do clube, situado cerca de 50 quilômetros ao sul de Los Angeles, que em 2012 processaram de maneira coletiva a empresa de Trump pelas condições precárias de trabalho, como a falta de intervalos para comer e descansar.

"Vi Donald Trump dizer muitas vezes aos gerentes quando visitava o clube que as funcionárias do restaurante 'não eram suficientemente bonitas' e que deveriam ser demitidas e substituídas por mulheres mais atraentes", afirmou Hayley Strozier, que foi diretora de catering no clube até 2008.

Strozier acrescentou que o polêmico magnata dava esta ordem "quase todas as vezes" que ia à instalação e que os gerentes modificaram os horários dos funcionários "para que as mulheres mais atraentes estivessem trabalhando quando o senhor Trump havia planejado estar no clube".

"Donald Trump sempre queria mulheres bonitas trabalhando no clube", disse Sue Kwiatkowski, uma gerente do restaurante no clube até 2009.

"Sei disso porque uma vez ele me levou a um canto e me disse: 'Quero que tenha algumas meninas bonitas aqui. As pessoas gostam de ver pessoas atraentes quando entram'", contou Kwiatkowski.

Jill Martin, advogado e assistente geral da Trump Organization, defendeu que a companhia não praticou "discriminação de nenhum tipo", que sempre obedeceu as leis salariais e que cumpriu com os intervalos para comer e descansar.

Charles West, que trabalhou como gerente do restaurante, lembrou que Trump, durante uma visita, viu "uma jovem e atraente funcionária chamada Nicole e ordenou que fosse levada aonde se reunia com um grupo de homens".

"Depois de apresentar essa mulher, o senhor Trump disse aos convidados algo como: 'Estão vendo? Não é preciso ir a Hollywood para encontrar mulheres formosas'", afirmou West, que terminou seu relato assegurando que Trump se virou para Nicole após essa frase e a perguntou se gostava de "homens judeus".

Essas acusações de machismo contra Trump são reveladas poucos dias após o primeiro debate presidencial, no qual a candidata democrata, Hillary Clinton, lembrou os comentários depreciativos do magnata em relação às mulheres.

"Este homem chamou as mulheres de porcos e cachorros, disse que as gestações são uma inconveniência para as empresas e que as mulheres não merecem o mesmo salário que os homens", disse Hillary ao longo do debate realizado na segunda-feira passada na Universidade de Hofstra, em Long Island (Nova York).

Um dos momentos mais comentados da noite foi quando a ex-secretária de Estado lembrou que Trump, ex-proprietário dos concursos de beleza Miss EUA e Miss Universo, chamou a venezuelana Alicia Machado, ex-Miss Universo, de "Miss porquinha" e "Miss dona de casa".

Trump disse posteriormente que Alicia, que declarou apoio a Hillary Clinton, "era a ganhadora, e (depois) ganhou uma quantidade enorme de peso e isso foi um verdadeiro problema".

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