Agência de Notícias
Publicado em 23 de abril de 2025 às 18h22.
Última atualização em 23 de abril de 2025 às 18h30.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou nesta quarta-feira seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, de colocar em risco um acordo para encerrar a guerra com suas declarações nas quais se recusou a reconhecer a Crimeia como território russo.
"Essas declarações são muito prejudiciais às negociações de paz com a Rússia, já que a Crimeia foi perdida anos atrás" no governo de Barack Obama e "nem é um ponto de discussão", afirmou na rede social "Truth Social".
"Ninguém está pedindo a Zelensky que reconheça a Crimeia como território russo, mas se ele a quer, por que não lutaram por ela 11 anos atrás, quando foi entregue à Rússia sem um único tiro?", acrescentou.
Trump atacou o mandatário ucraniano após ele afirmar que nunca reconheceria a anexação russa da Península da Crimeia em 2014 como parte de um acordo com Moscou para encerrar a guerra atual.
"Não há nada a falar; esta é a nossa terra, a terra do povo ucraniano", declarou Zelensky durante as negociações desta quarta em Londres entre representantes americanos, europeus e ucranianos.
Trump observou que "são declarações incendiárias como as de Zelensky que dificultam tanto a resolução desta guerra" e afirmou que suas palavras "não farão nada além de prolongar" o conflito.
"Ele não tem do que se gabar! A situação da Ucrânia é desesperadora: ele pode alcançar a paz ou lutar por mais três anos antes de perder o país inteiro", disse.
O presidente americano enfatizou que um acordo está "muito próximo" e que espera "poder ajudar a Ucrânia e a Rússia a sair deste desastre completo e total".
De acordo com o portal americano "Axios", o plano de paz de Trump inclui o reconhecimento americano da Crimeia como parte da Rússia e o reconhecimento não oficial do controle de Moscou sobre quase todas as áreas ocupadas desde a invasão russa do país em 2022.
O jornal The Wall Street Journal relata que os EUA propuseram que a Ucrânia reconheça como território russo a península, que renuncie sua futura filiação à Otan e aceite o controle de Washington sobre a maior usina nuclear da Europa, Zaporizhzhya, que é ocupada pela Rússia.
O vice-presidente americano, JD Vance, afirmou hoje na Índia que a proposta de seu governo é "muito explícita" e que chegou a hora de ambos os lados aceitá-la ou "os Estados Unidos se retirarão do processo".