Mundo

Trump diz que vai se reunir com Lula na próxima semana e que ambos tiveram 'química excelente'

Presidentes se encontraram na Assembleia Geral da ONU e tiveram conversa de menos de um minuto

Presidentes se encontraram na Assembleia Geral da ONU e tiveram conversa de menos de um minuto (Getty Images)

Presidentes se encontraram na Assembleia Geral da ONU e tiveram conversa de menos de um minuto (Getty Images)

Rafael Balago
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 23 de setembro de 2025 às 12h02.

Última atualização em 23 de setembro de 2025 às 17h21.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que conversou brevemente com o presidente Lula nos corredores da Assembleia Geral da ONU e que os dois terão uma reunião na próxima semana.

Esta foi a primeira conversa entre os dois líderes desde a posse de Trump, em janeiro, e desde que o americano passou a pressionar o Brasil a suspender o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em agosto, os EUA impuseram uma tarifa de 50% aos produtos brasileiros.

"Eu estava entrando e o líder do Brasil estava saindo. Nós o vimos, e eu o vi, ele me viu e nos abraçamos. Combinamos que nos encontraríamos na semana que vem. Não tivemos muito tempo para conversar. Cerca de 20 segundos", disse Trump, durante seu discurso na Assembleia Geral.

"Tivemos uma boa conversa e combinamos de nos encontrar na semana que vem. Ele pareceu um homem muito legal. Na verdade, ele gostou de mim. Eu gostei dele. Eu só faço negócios com pessoas de quem gosto. Tivemos uma química excelente. É um bom sinal", completou.

Antes, Trump comentou as tarifas impostas sobre o Brasil, de 50%.

"O Brasil agora enfrenta tarifas pesadas em resposta aos seus esforços sem precedentes para interferir nos direitos e liberdades dos nossos cidadãos americanos e de outros, com censura, repressão, armamento, corrupção judicial e perseguição de críticos políticos nos Estados Unidos", afirmou.

Trump pressiona Brasil há meses

Nos últimos dois meses, o governo Trump faz uma ofensiva contra o Brasil para forçar a Justiça do país a suspender os processos contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado em 11 de setembro por tentativa de golpe de Estado.

Trump disse que o processo é uma "caça às bruxas" e que Moraes age de modo irregular. A ação, no entanto, é julgada segundo as leis brasileiras.

Em 9 de julho, o presidente Donald Trump anunciou uma tarifa de 50% contra produtos brasileiros, que entrou em vigor em 6 de agosto. Ele disse que a medida era uma resposta às ações do Brasil contra Bolsonaro e a processos judiciais brasileiros contra empresas americanas, entre outras razões.

Desde então, o governo brasileiro busca negociar com a gestão Trump, mas enfrenta dificuldades e não conseguiu estabelecer uma mesa de negociação.

Ao mesmo tempo, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) tem feito campanha contrária e buscado convencer autoridades do governo Trump a não negociar com o governo do Brasil.

Além da tarifa, foram dadas sanções ao ministro Alexandre de Moraesdo Supremo Tribunal Federal (STF), e sua mulher, Viviane. Nesta segunda, 22, o governo Trump ameaçou tomar mais medidas futuramente.

“Alexandre de Moraes é responsável por uma campanha opressiva de censura, detenções arbitrárias e processos politizados", disse o secretário do Tesouro, Scott Bessent, em comunicado.

“A ação de hoje deixa claro que o Tesouro continuará a ir atrás de indivíduos que fornecem apoio material a Moraes enquanto ele viola os direitos humanos", afirmou.

Acompanhe tudo sobre:Estados Unidos (EUA)Donald TrumpLuiz Inácio Lula da Silva

Mais de Mundo

Trump quer reformular processo de vistos H-1B e atrair profissionais com maiores salários aos EUA

Trump diz que Ucrânia deve continuar lutando até recuperar todos os territórios tomados pela Rússia

O que se sabe até agora sobre o 1º encontro de Trump e Lula nos EUA

Conversa entre Trump e Lula deve ser por telefone ou vídeo, diz chanceler brasileiro