Donald Trump (Jim Watson/AFP)
Redação Exame
Publicado em 28 de novembro de 2025 às 08h36.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou na quinta-feira, 27, que os esforços do país contra traficantes de drogas venezuelanos passarão a ocorrer também “por terra” e devem começar “muito em breve”.
A declaração, feita durante uma videochamada de Ação de Graças com tropas americanas a partir de Mar-a-Lago, na Flórida, eleva o nível de tensão com o governo de Nicolás Maduro.
Trump disse que os EUA “quase pararam” o narcotráfico e que “cerca de 85% do trânsito por via marítima foi interrompido”.
Segundo ele, o próximo passo será ampliar o combate para operações terrestres. “E vamos começar a pará-los por terra também. Por terra é mais fácil, mas isso vai começar muito em breve”, afirmou.
A ofensiva americana ocorre em meio à acusação de Washington de que Maduro lideraria o suposto Cartel de los Soles, classificado como grupo terrorista na última segunda-feira. Caracas classificou essa designação como uma “mentira ridícula”.
Desde setembro, forças americanas atacaram mais de 20 embarcações supostamente dedicadas ao tráfico de drogas no Caribe e no Pacífico, resultando em pelo menos 83 mortos.
Os EUA também enviaram ao Caribe o maior porta-aviões do mundo, o USS Gerald R. Ford, acompanhado por navios de guerra e aviões de combate — um destacamento que Washington afirma ser direcionado a operações antidrogas.
Maduro, porém, acusa os Estados Unidos de utilizar as manobras militares como pretexto para derrubá-lo e se apoderar das reservas de petróleo venezuelanas. A Venezuela também denuncia os ataques como “execuções extrajudiciais”.
Washington não divulgou evidências que comprovem que os alvos dos bombardeios eram narcotraficantes. Além disso, segundo a AFP, Trump autorizou ações clandestinas da CIA na Venezuela e afirmou que, “em algum momento”, falará com Maduro.
*Com informações da AFP