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Trump diz que Ucrânia deveria fechar um acordo após cúpula com Putin acabar sem cessar-fogo

Na noite de ontem, o presidente americano sediou uma cúpula com o presidente russo Vladimir Putin, sem chegar a um cessar-fogo

Trump: Ucrânia deveria chegar a um acordo para encerrar a guerra com a Rússia. (Brendan Smialowski/AFP)

Trump: Ucrânia deveria chegar a um acordo para encerrar a guerra com a Rússia. (Brendan Smialowski/AFP)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 16 de agosto de 2025 às 10h27.

Última atualização em 16 de agosto de 2025 às 10h41.

O presidente americano Donald Trump afirmou neste sábado, 16, em entrevista com Sean Hannity, da Fox News, que a Ucrânia deveria chegar a um acordo para encerrar a guerra com a Rússia. O republicano justificou: “a Rússia é uma potência muito grande, e eles não são”. Na noite de ontem, Trump, sediou uma cúpula com o presidente Vladimir Putin, sem chegar a um cessar-fogo.

Trump também disse que concordou com Putin que os negociadores deveriam ir direto para um acordo de paz — e não por meio de um cessar-fogo, como a Ucrânia e seus aliados europeus, até agora com apoio dos EUA, vinham exigindo.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, anunciou que viajaria a Washington na próxima segunda-feira para discutir os próximos passos. Enquanto isso, os aliados europeus de Kiev receberam bem os esforços de Trump, mas prometeram apoiar a Ucrânia e endurecer as sanções à Rússia, pedindo novamente que os EUA ofereçam garantias de segurança ao país.

Trump se encontrou com Putin por quase três horas no Alasca na sexta-feira, na primeira cúpula entre os países desde que Moscou lançou sua invasão em grande escala da Ucrânia, em fevereiro de 2022.

Na entrevista da Fox News, o republicano sinalizou que ele e Putin discutiram transferências de terras e garantias de segurança para a Ucrânia e “concordaram amplamente”.

“Acho que estamos bem perto de um acordo”, disse ele, acrescentando que a Ucrânia precisa concordar. “Talvez eles digam 'não'”, opinou.

Zelenskiy ressaltou a necessidade de garantias de segurança a Kiev, a fim de impedir a Rússia de invadir novamente no futuro. Putin, no entanto, não sinalizou nenhum movimento nas posições de longa data da Rússia sobre a guerra, mas disse que concordava com Trump que a segurança da Ucrânia deve ser “garantida”.

"Gostaria de esperar que o entendimento que alcançamos nos permita chegar mais perto desse objetivo e abrir o caminho para a paz na Ucrânia", disse Putin em uma entrevista coletiva. Para o presidente russo, o fato de se sentar com o presidente dos EUA representou uma vitória.

Quais as demandas de Rússia e Ucrânia?

A Guerra da Ucrânia começou em 2022, quando forças russas invadiram o país vizinho, sob alegação de que a Ucrânia representaria uma ameaça por buscar se aproximar da Otan, a aliança militar do Ocidente.

Em seguida, os Estados Unidos e a Europa enviaram bilhões de dólares em dinheiro, suprimentos e armas de última geração para a Ucrânia, que conseguiu conter parte do avanço russo e afastá-los da capital Kiev. No entanto, a Rússia conseguiu dominar outras áreas, no leste e no sul da Ucrânia, e a guerra entrou um cenário de avanços lentos dos dois lados, apesar de centenas de milhares de mortes registrados.

A Ucrânia teme que um acordo de paz agora possa dar tempo para que a Rússia se rearme e volte a atacar daqui a algum tempo, e busca formas de garantir que isso não aconteça. Além disso, quer recuperar territórios tomados à força pelos russos.

Do outro lado, a Rússia quer garantias de que a Ucrânia não se una à Otan), que não haja tropas de potências ocidentais perto de seu território e quer manter sob seu controle áreas que conquistou durante o conflito.

A Rússia exige ainda que a Ucrânia ceda quatro regiões parcialmente ocupadas (Donetsk, Luhansk, Zaporizhzhia e Kherson), além da Crimeia, anexada em 2014, e que renuncie ao fornecimento de armas ocidentais e ao projeto de adesão à Otan.

Para Kiev, as exigências são inaceitáveis. Durante três rodadas de negociações, a última delas em Istambul, em julho, russos e ucranianos só conseguiram concordar sobre a troca de prisioneiros de guerra.

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