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Trump diz que tarifas sobre medicamentos importados para os EUA poderão chegar a 250%

Presidente dos EUA sugere tarifa progressiva para incentivar produção farmacêutica interna

Donald Trump, presidente dos EUA: trégua com a China termina nesta terça-feira, 12 (Anna Moneymaker/AFP)

Donald Trump, presidente dos EUA: trégua com a China termina nesta terça-feira, 12 (Anna Moneymaker/AFP)

Raphaela Seixas
Raphaela Seixas

Estagiária de jornalismo

Publicado em 5 de agosto de 2025 às 10h35.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou planos de altas tarifas para a indústria farmacêutica internacional, afirmando que as taxas sobre medicamentos importados para os EUA poderiam alcançar até 250%.

Essa declaração foi feita em entrevista ao programa "Squawk Box" da CNBC, onde Trump explicou que a estratégia começaria com uma tarifa pequena, mas que, dentro de um período máximo de um ano a um ano e meio, subiria para 150% e depois para os 250% como objetivo final, a fim de estimular a fabricação de produtos farmacêuticos no território americano.

Essa proposta é inserida em um contexto mais amplo das políticas protecionistas que Trump vem defendendo para reduzir a dependência dos EUA em cadeias de suprimentos estrangeiros, especialmente em setores estratégicos como medicamentos e semicondutores.

Ao aumentar significativamente os custos das importações, a intenção declarada é estimular os investimentos na produção doméstica e, consequentemente, fortalecer a segurança nacional por meio do aumento da autossuficiência industrial.

Preços podem subir

No entanto, especialistas e analistas da área econômica e do setor da saúde manifestaram preocupação quanto aos efeitos colaterais dessa medida.

A imposição de tarifas tão elevadas poderia causar um aumento significativo nos preços dos medicamentos nos EUA, refletindo-se diretamente no custo para os consumidores e na pressão inflacionária em toda a cadeia de serviços de saúde.

Por exemplo, com uma tarifa inicial de apenas 25%, já se prevê um aumento gradual de 10% a 14% nos preços ao consumidor conforme os estoques antigos acabam. Escalando para tarifas superiores, o impacto seria potencialmente devastador, especialmente para medicamentos genéricos e essenciais como antibióticos, insulina e remédios para doenças crônicas.

Além disso, há incerteza quanto ao compromisso das grandes farmacêuticas em realocar operações para os Estados Unidos em curto prazo.

Embora empresas como AstraZeneca, Johnson & Johnson e Eli Lilly tenham anunciado bilhões em investimentos para ampliar fábricas e centros de pesquisa no país, especialistas apontam que uma transição total da produção e a redução da dependência de podem levar anos, não garantindo queda dos preços aos consumidores.

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