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Trump diz que segue insatisfeito com explicações sobre morte de jornalista

Arábia Saudita inicialmente negou ter conhecimento do destino de Jamal Khashoggi, mas depois declarou que ele foi morto durante briga no consulado

Donald Trump: "Eu não quero perder todo esse investimento que tem sido feito em nosso país. Mas vamos chegar ao fundo disso" (Leah Millis/Reuters)

Donald Trump: "Eu não quero perder todo esse investimento que tem sido feito em nosso país. Mas vamos chegar ao fundo disso" (Leah Millis/Reuters)

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Reuters

Publicado em 22 de outubro de 2018 às 18h13.

Washington/Istambul - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta segunda-feira, 22, que ainda não está satisfeito com as explicações da Arábia Saudita sobre a morte do jornalista Jamal Khashoggi, mas não quer perder investimentos de Riad.

Khashoggi, colunista do Washington Post e crítico do príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, governante de fato do reino, desapareceu há três semanas depois de entrar no consulado saudita em Istambul para obter documentos para o seu casamento.

Riad inicialmente negou ter conhecimento de seu destino, mas depois declarou que ele foi morto em uma briga no consulado, o que foi recebido com ceticismo por vários governos ocidentais, causando tensão nas relações com o maior exportador de petróleo do mundo.

"Não estou satisfeito com o que ouvi", disse Trump a repórteres na Casa Branca. "Eu não quero perder todo esse investimento que tem sido feito em nosso país. Mas vamos chegar ao fundo disso", afirmou o presidente norte-americano, que fez comentários semelhantes no sábado sobre estar insatisfeito com a resposta saudita ao assassinato.

Trump disse nesta segunda-feira que conversou com o príncipe herdeiro e que há norte-americanos na Arábia Saudita e autoridades de inteligência dos EUA na Turquia trabalhando no caso Khashoggi.

Autoridades turcas suspeitam que Khashoggi foi morto dentro do consulado por agentes sauditas e que seu corpo foi esquartejado. Fontes turcas disseram que as autoridades têm uma gravação de áudio supostamente documentando o assassinato do homem de 59 anos.

O presidente turco, Tayyip Erdogan, afirmou que divulgará informações sobre a investigação em discurso na terça-feira.

Os comentários de Trump sobre o caso do jornalista têm variado. Ele pareceu às vezes minimizar o papel de Riad no incidente, mas também alertou sobre possíveis sanções econômicas. Ele também destaca repetidamente a importância do reino como aliado.

Mais cedo nesta segunda, o genro de Trump, o assessor da Casa Branca Jared Kushner, disse que pediu ao príncipe herdeiro da Arábia Saudita que seja transparente sobre Khashoggi e afirmou a ele que "o mundo está assistindo" à narrativa de Riad sobre o desaparecimento do jornalista.

Kushner tem cultivado um relacionamento pessoal com o príncipe Mohammed e pedido que Trump aja com cuidado para evitar comprometer uma importante relação estratégica e econômica, disse uma autoridade do governo.

Questionado sobre como o príncipe respondeu, Kushner, falando ao canal CNN, disse: "Veremos".

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