Donald Trump, afirmou que a Rússia perdeu a Índia como comprador de petróleo bruto. (ANDREW CABALLERO-REYNOLDS/AFP)
Redação Exame
Publicado em 16 de agosto de 2025 às 09h39.
Pouco antes da reunião com Vladimir Putin, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que a Rússia perdeu a Índia como comprador de petróleo bruto. O republicano disse ainda que poderia aplicar as sanções secundárias anunciadas à Índia, mas não cravou nada, deixando a possibilidade de não o fazer também no ar.
Em entrevista à emissora Fox, Trump disse que a Índia estava comprando cerca de 40% do petróleo da Rússia. “A China, como sabem, está adquirindo muito… E se eu aplicar o que se chama de sanção secundária, ou um imposto secundário, seria muito devastador do seu ponto de vista. Se eu tiver que fazer, farei. Talvez eu não tenha que fazer”, disse.
A última semana foi de crescentes tensões comerciais, depois que Washington anunciou um imposto adicional de 25% sobre as importações indianas que, somado ao já existente, elevará a taxa total para 50% a partir de 27 de agosto.
O governo indiano classificou a medida como “injusta, injustificada e irracional” e advertiu que “tomará todas as ações necessárias” para defender seus interesses. Nova Déli também chamou o Ocidente de hipócrita por criticar suas importações de petróleo russo enquanto mantém intercâmbios em outros setores energéticos, como o gás ou o urânio.
O debate se intensificou com Trump acusando a Índia de revender petróleo russo com grandes lucros através da chamada "brecha da refinaria". Trata-se de um mecanismo legal pelo qual o petróleo russo é processado em fábricas indianas e exportado como diesel ou outros produtos refinados, permitindo que cheguem até mesmo à Europa sem violar formalmente as sanções.
Em resposta, primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, defendeu que a política energética responde à necessidade do país de garantir energia acessível para 1,4 bilhão de habitantes. .
Enquanto isso, Trump adiou por 90 dias a imposição de novos impostos à China por uma falta de consenso.
(Com EFE)