Agência de notícias
Publicado em 11 de dezembro de 2024 às 06h49.
Última atualização em 11 de dezembro de 2024 às 06h52.
O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, disse que "resolver o problema da Ucrânia com a Rússia" será a sua principal prioridade assim que tomar posse em janeiro e descreveu a situação no Médio Oriente como "menos difícil".
No domingo, o republicano apelou a um "cessar-fogo imediato" entre Ucrânia e Rússia e "negociações" entre os países em guerra. O republicano já deu sinais de que pode reduzir ou acabar com a ajuda militar a Kiev ao voltar à Casa Branca em 20 de janeiro de 2025, e sugeriu a articulação de um plano que faria concessões a Moscou.
Trump também afirmou, em entrevista de TV transmitida neste domingo nos EUA, que "provavelmente" reduzirá a ajuda econômica da Casa Branca ao governo da Ucrânia uma vez que assuma o poder, em 20 de janeiro de 2025. Perguntado sobre essa possibilidade, o presidente eleito disse que "possivelmente, sim, certamente".
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que se reuniu com o republicano no sábado em Paris, onde ambos participaram da cerimônia de reinauguração da catedral de Notre-Dame, respondeu por meio de mensagem na rede social X (ex-Twitter): "Precisamos de uma paz justa e duradoura, uma paz que os russos não serão capazes de destruir dentro de alguns anos, como fizeram repetidamente no passado. Isto é claro não apenas para o nosso país e região".
Donald Trump e Elon Musk comparecem à cerimônia de reabertura da Catedral de Notre-DameE acrescentou: "Quando falamos de uma paz efetiva com a Rússia, temos, antes de mais, de falar de garantias efetivas de paz. Os ucranianos querem a paz mais do que qualquer outra pessoa. A Rússia trouxe a guerra para a nossa terra, e é a Rússia quem mais procura perturbar a possibilidade de paz."
Na mesma postagem, Zelensky afirmou que "um cessar-fogo sem garantias pode ser reiniciado a qualquer momento, como Putin já fez antes. Para garantir que os ucranianos não sofram mais perdas, temos de garantir a fiabilidade da paz e não fechar os olhos à ocupação. Conhecemos Putin muito bem, ele é viciado em guerra."
O presidente ucraniano foi enfático ao assegurar que Putin "só pode ser detido pela força, a força dos líderes mundiais que podem tornar-se líderes da paz".
A vitória de Trump nas eleições de novembro abriu uma janela limitada para que os bilhões de dólares em assistência já autorizada por Washington sejam fornecidos antes da volta do magnata ao poder, em janeiro. Os comentários do presidente eleito despertaram temores em Kiev e na Europa sobre o futuro do apoio dos Estados Unidos e a capacidade da Ucrânia de resistir aos ataques russos na ausência de mais assistência americana.
"Deve haver um cessar-fogo imediato e as negociações devem começar. Muitas vidas são desperdiçadas desnecessariamente, muitas famílias destruídas e, se isso continuar, pode virar algo muito maior e muito pior", afirmou Trump em sua plataforma Truth Social. O republicano também afirmou que Zelensky "gostaria de fazer um acordo e acabar com essa loucura".
O presidente da França, Emmanuel Macron, recebeu Zelensky e Trump no sábado em Paris, antes da cerimônia de reabertura da Catedral de Notre-Dame. Após a reunião, que durou 35 minutos, Trump e Zelensky apertaram as mãos.
Os Estados Unidos anunciaram neste sábado um novo pacote de ajuda militar de US$ 988 milhões para ajudar a Ucrânia a combater a invasão russa, informou o Departamento de Defesa americano. O novo pacote inclui drones, munições para lançadores de foguetes de precisão Himars, equipamentos e peças para sistemas de artilharia, além de tanques e veículos blindados.
A ajuda da administração do atual presidente americano, Joe Biden, tem como objetivo “garantir que a Ucrânia tenha as ferramentas necessárias para prevalecer em sua luta contra a agressão russa”, afirmou o Pentágono em comunicado. Este é o 22º pacote de assistência de segurança fornecido à Ucrânia pelo governo Biden.
O pacote será financiado por meio da Iniciativa de Assistência à Segurança da Ucrânia, pela qual equipamentos militares são adquiridos da indústria de Defesa ou de parceiros, em vez de serem retirados dos estoques dos Estados Unidos, o que significa que não chegarão imediatamente ao campo de batalha.
Na segunda-feira, foi anunciado um pacote de US$ 725 milhões que incluía um segundo lote de minas terrestres, além de armas antiaéreas e antiblindagem. Segundo publicado pela agência Reuters, Biden quer reforçar o apoio à Ucrânia antes de deixar o cargo.